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Tese de mestrado ressalta postura acolhedora de profissionais de Equipes de Saúde da Família de Campinas

O alcoolismo é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença. Segundo a instituição, a dependência de álcool foi a causa da morte de 3,3 milhões de pessoas no mundo, equivalendo a 5,9% de todas as mortes.

 

A complexidade da doença torna por vezes difícil seu correto atendimento em postos e instituições de saúde.

 

Um estudo realizado no Instituto de Saúde (IS-SP) buscou analisar e avaliar o preparo de profissionais de enfermagem das Equipes de Saúde da Família para o tratamento dos dependentes de álcool. Celso Luís de Moraes, enfermeiro, mestre em Saúde Coletiva pela Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (Instituto de Saúde/SES-SP) e autor do estudo "Acolhimento de usuários de álcool por profissionais de enfermagem em equipes de Saúde da Família", que está disponível no número suplementar  do Boletim do Instituto de Saúde (BIS), entrevistou 15 profissionais de enfermagem (12 auxiliares e 3 enfermeiras) que atuavam nas equipes de Saúde da Família do Centro de Saúde Jardim Aeroporto, na região Sudeste de Campinas.

 

A pesquisa detectou a falta de capacitação e treinamento dos profissionais. No entanto, o estudo relata também que os profissionais de enfermagem que trabalham no acolhimento têm consciência da gravidade do problema relacionado ao uso do álcool e interesse em melhorar sua atuação.

 

"Acredito que essa postura acolhedora venha em grande parte de vivências particulares dos próprios profissionais, de casos semelhantes ao dos pacientes que tenham ocorrido no próprio círculo de relacionamento deles. Houve casos em que os entrevistados chegaram mesmo a afirmar que existiam ocorrências de alcoolismo em suas famílias. Uma das entrevistadas, inclusive, afirmou assistir a seu pai agredir sua mãe devido ao uso de álcool", afirma Celso.

 

Celso afirma ainda que não existe um acompanhamento do número de casos de usuários de álcool que procuram as equipes de saúde para atendimento: "É como se o problema oficialmente não existisse! Interessante é perceber que a questão do uso de álcool só aparece quando o caso já avançou muito e já causou muitos danos, quando na realidade o que deveria ser feito era detectar precocemente e prevenir."

 

Para o autor da pesquisa, seria de fundamental importância a implantação de programas de capacitação específica para o atendimento a esse tipo de problema.

 

"Hoje estão implantando, aqui em Campinas, um programa com o objetivo de capacitar auxiliares de enfermagem e agentes comunitários, o que é muito parecido com o que propus no artigo. Porém, até o momento, auxiliares de enfermagem não estão sendo instruídos", conclui Celso.   

 

Núcleo de Comunicação Técnico-Científica

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