Instituto de Saúde

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Sonia Venancio: temos que inovar sempre e garantir a implementação das inovações

14 de novembro de 2019

 

 

Instituto de Saúde: Quais as razões que levaram à realização desse seminário neste momento?

 

Sonia Venancio: O Seminário é um momento de reflexão dos pesquisadores do Instituto sobre como o nosso trabalho pode ser fortalecido para ter maior impacto nessa perspectiva da inovação social e da pesquisa de implementação.

 

Ele representa a continuidade de uma proposta já em andamento que é a montagem de um laboratório de inovação social em saúde coletiva, que foi chamado de Labisc. Essa proposta atende a necessidade de uma articulação maior das nossas áreas de pesquisa, com maior impacto no SUS

 

IS: Qual conceito de inovação será adotado pelo seminário?

 

SV: Ele foi pensado com o foco na inovação social, que é uma vocação que o Instituto tem. Quando falamos em inovação, o que vem à cabeça são inovações em produtos de Saúde pública como vacinas, medicamentos, insumos, e, portanto, a pesquisa básica que vai gerar esses produtos. Mas não é com esse tipo de inovação que a gente trabalha. Há muitos produtos intangíveis que não são concretos, como mudanças de processos tanto na gestão quanto no atendimento à população, que podem causar um impacto muito grande na Saúde da população ou mesmo no financiamento do SUS.

 

A gente identifica essa nossa vocação para trabalhar o que a gente está chamando de inovação social, que é uma inovação que vai propor alguma mudança que vai atender uma necessidade do sistema, ou do serviço ou das pessoas que não é necessariamente um produto tecnológico ou uma tecnologia dura. É esse tipo de inovação que a gente quer discutir nesse seminário.

 

IS: Qual a importância do seminário para o Instituto e qual será a contribuição dos convidados?

 

SV: Ele é importante porque a gente sente hoje a necessidade de um aprofundamento conceitual sobre inovação social, definir melhor esse contorno, então pra isso a gente convidou pessoas, como o professor Marcos Barbosa, que esteve no evento dos 50 anos, que fez uma reflexão e uma crítica sobre o que ele chama de inovacionismo.

 

Especificamente sobre a inovação em Saúde, vamos ouvir a Isabela Soares Santos, pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

 

Entre os debatedores do primeiro encontro, vamos contar com o Arnaldo Silva, consultor da Coordenadoria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da Secretaria de Saúde, que apoia os núcleos de inovação tecnológica.

 

Além dessa reflexão teórica e conceitual, vamos fazer uma discussão sobre cases, projetos concluídos e em andamento, ou mesmo ideias em várias linhas de pesquisa que a gente entende que tem um potencial de inovação.

 

IS: Por que a segunda etapa do seminário será dedicada à pesquisa de implementação?

 

SV: Atualmente não se fala em inovação sem falar em implementação. A inovação não é uma nova ideia ou invenção se de fato ela não é implementada, se não está disponível para uso. Por isso, o segundo dia do seminário será dedicado a pensar a implementação. Essa é uma área pouco desenvolvida no Brasil, mas algumas universidades, com o de Yale, por exemplo, têm um departamento específico de ciência da implementação. E nós temos um projeto em parceria com esse centro de pesquisa de Yale, e vamos contar com a presença da Gabriela Buccini, uma ex-aluna do nosso Aprimoramento em Saúde Coletiva que é pesquisadora lá. Ela vai trazer essa experiência de como a pesquisa pode apoiar a implementação de políticas de Saúde em larga escala, que é uma grande questão para nós aqui no Brasil.

 

IS: Já há experiências sobre isso no Brasil também?

 

SV: Para enriquecer esse debate, quando a gente trabalha com inovação e implementação, existem alguns métodos que são bastante utilizados, como o design thinking, por isso a gente vai trazer a Mariana Silveira, coordenadora de projetos da Tellus, que tem bastante experiência em apoiar a implementação de políticas públicas. Ainda temos poucas experiências de incorporação desse método no Instituto até agora.

 

IS: Quais serão os próximos passos após esse seminário?

 

SV: Acho que nesse momento dos 50 anos, quando a gente pensa em perspectivas para o futuro, estamos pensando bastante em mudanças nos nossos processos de trabalho por meio desse laboratório de inovação social e implementação de políticas públicas. Para constituir realmente esse laboratório, a gente sente a necessidade de refletir sobre as possibilidades para continuarmos avançando nessas perspectivas da inovação e da implementação de políticas de Saúde.

 

Acho muito importante todo mundo participar!

 

 

Núcleo de Comunicação Técnico-Científica

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