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Pesquisadores do IS apresentam trabalhos sobre internação por uso de drogas

Os pesquisadores do núcleo de Práticas de Saúde do Instituto de Saúde (IS) estudaram a percepção de internos por uso de drogas acerca de sua relação com substância e dos efeitos das internações.  Os pesquisadores Maria Salum, Tereza Rosa, Carlos Cortizo, Marisa Feffermann e Siomara Roberta Siqueira desenvolveram o projeto intitulado "Relatos de internos por abuso de drogas durante o período de internação", que será apresentado no congresso da Associação Paulista de Saúde Pública, que acontece entre os dias 26 e 30 de setembro, em São Carlos.

 

A pesquisa foi realizada nos municípios de São João da Boa Vista, Embu das Artes, Itapecerica da Serra e Marília. Os pesquisadores entrevistaram, entre os anos de 2012 e 2014, 18 internos por drogadição em hospitais gerais, hospitais especializados nesse tipo de tratamento e comunidades terapêuticas. Todos os entrevistados estavam ao menos na segunda internação.

 

"Verificamos, durante o estudo, que os internos consideravam a internação uma boa alternativa para se manterem afastados das drogas. A história de todos os entrevistados está envolta em momentos de recaídas e melhoras, o que é contado por eles com muito sofrimento. Sentimos também que os entrevistados se incomodaram por não conseguirem superar seu problema sozinhos", afirma Salum, uma das integrantes do projeto.

 

A pesquisadora destaca as diferenças entre as instituições. Informa que os hospitais especializados, na maioria das vezes, possuem maior recurso financeiro que as comunidades terapêuticas. Destaca ainda outras distinções práticas, como maior presença de princípios religiosos em comunidades terapêuticas e contrastes entre os métodos de tratamentos adotados pelas instituições. Também destaca que, "em comunidades terapêuticas, o período de internação é muito mais longo".

 

A análise das comunidades terapêuticas rendeu tema para um segundo trabalho, intitulado "As comunidades terapêuticas como um ponto a interrogar na rede de atenção psicossocial do SUS", estudou, entre 2012 e 2013, as comunidades terapêuticas de dois municípios do interior de São Paulo - Marília e Itapira - e dois da região metropolitana do estado - Embu das Artes e Cotia.

 

"Escolhemos o município de Embu das Artes, pois já tínhamos contato com a Secretaria de Saúde da cidade devido a trabalhos realizados por nossos aprimorandos na cidade. Muitos dos internos desse local acabam se alojando também em Cotia, devido à proximidade. Quanto aos municípios do interior, estudamo-los por causa de um estudo prévio que verificou um grande número de internações na região", diz Tereza Rosa, pesquisadora.

 

Tereza afirma que a maioria dessas comunidades tem cunho religioso e é focada nos chamados "12 passos" , utilizados como meio de recuperação em grupos de alcóolicos anônimos. A autora destaca, ainda, pontos questionáveis desses equipamentos.

 

"Os métodos de tratamento das comunidades terapêuticas pautam-se muito na abstinência do paciente, buscando isolá-lo tanto do grupo quanto da droga. Algumas dessas comunidades utilizam o que é por elas chamado de 'aborterapia', ou seja, fazendo os pacientes trabalharem como meio de tratamento", conclui. 

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