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Pesquisadora do Instituto de Saúde desenvolve estudo sobre movimentos sociais em saúde

Sandra Greger, pesquisadora do Instituto de Saúde (IS), em parceria com Eda Terezinha de Oliveira Tassara, Professora Titular do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram uma pesquisa acerca dos Movimentos Sociais em Saúde na cidade de Jacareí. O trabalho será apresentado no 14º Congresso Paulista de Saúde Pública, que acontecerá entre os dias 26 e 30 de setembro, em São Carlos.

 

O trabalho é fruto de um projeto de pesquisa matricial que envolveu, além do IS, a USP, a Universidade de Puebla - MEX e o Instituto de Economia Agrícola (IEA), com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), cujo objetivo foi estudar formas organizativas nas cidades latino-americanas, buscando verificar em que medida o enraizamento potencializa a participação social dos cidadãos.

 

"Trabalhamos o conceito de enraizamento conforme estipulado por Simone Weil, pensadora francesa do século passado, que analisa a relação do indivíduo com seu ambiente a partir das suas relações de parentesco, afetividade com outros moradores etc. O que buscamos era verificar se na sociedade contemporânea, imersa na globalização e, consequentemente, quase que sem lugares próprios, havia a possibilidade de aplicarmos esse conceito", diz Sandra Greger.

 

Segundo a pesquisadora, o estudo foi feito em Jacareí devido ao fato de o município fazer parte do Vale do Paraíba, que, por sua vez, tem uma forte industrialização, o que possibilita uma grande entrada de capital global. Essa característica permitiu analisar a organização e reação de sistemas locais frente às características econômicas atuais.

 

A pesquisa mostrou que os movimentos sociais voltados para saúde em Jacareí se resumem a apenas um, que tem suas origens envolta por laços familiares e de comunidade. Ocorre de esse movimento não obter a devida representação, tanto devido ao fato de estar em situação de inconstitucionalidade como também por se ater a questões de cunho mais regional.

 

"A lei que cuida de movimentos populares em Jacareí foi proposta por um vereador, o que deveria ter sido feito pelo prefeito, deixando o movimento existente estagnado. Outra questão é que, por estar muito vinculado a características do enraizamento, o movimento não tem representação vinda de indicação de gestores, partidos políticos, entidades corporativas etc., como acontece com conselhos formais", afirma a pesquisadora.

 

Greger ressalta a lacuna existente, no local, entre a participação social e a política de saúde. Defende que uma alternativa seria a regionalização da administração, que impulsionaria a participação dos usuários em comitês regionais e redes de atenção à saúde.

 

O projeto resultou em um curso de formação de conselheiros de saúde, já em processo de estruturação, que será oferecido na própria cidade de Jacareí. Os resultados da pesquisa também estão sendo divulgados em uma disciplina da Pós-Graduação da USP, de nome "Terra, Anomia e Violência". 

 

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