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Método Mãe Canguru ajuda a diminuir a taxa de mortalidade de bebês prematuros

É preocupante o número de bebês prematuros ou de baixo peso que morre no mundo. Como apontam os estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), 15 milhões de bebês nascem prematuros, sendo mais de um milhão que morrem dias após o nascimento. O cuidado com esses recém-nascidos é fundamental para que no futuro haja mais jovens saudáveis.

 

O Brasil, apesar de ter uma taxa alarmante de nascidos prematuros - 9,2% segundo dados de 2012 da OMS, tem mostrado cuidados para que esses recém-nascidos de baixo peso sobrevivam e tenham melhor qualidade de vida. Um exemplo é o Método Mãe Canguru (MMC), que implica em um contato pele a pele precoce entre mãe e o bebê, para ajudar em sua recuperação.

O MMC foi idealizado em 1979, pelos médicos Gómez e Rey Sanabria no Instituto Materno Infantil de Bogotá, Colômbia. A ideia desse programa é promover a alta hospitalar precoce de recém-nascidos de baixo peso.

 

A pesquisadora Tereza Setsuko Toma, do Instituto de Saúde, em seu artigo "Da intuição às políticas públicas: a jornada para incorporação do Método Canguru no cuidado ao recém-nascido de baixo peso", publicado no Volume 3 nº 3 do Boletim do Instituto de Saúde, explica o potencial de benefícios que o MMC traz para os recém-nascidos de baixo peso. Para a pesquisadora, os benefícios são imensos entre eles a redução da mortalidade neonatal, redução nos casos de infecção grave, septicemia, infecção hospitalar, maior ganho de peso diário pelo recém-nascido, redução no período de internação hospitalar, dentre outros.

 

O artigo aborda os desafios para a implantação do método no Brasil. Tereza comenta que são vários os problemas para a implementação, mas ela ressalta dois que considera os mais relevantes hoje. "O primeiro é a capacitação das equipes para a implementação do método, uma vez que o país é muito grande, assim como é grande a rotatividade dos profissionais nos serviços de saúde do SUS. E o segundo diz respeito ao acesso e possiblidade das famílias de participar efetivamente do cuidado dessas crianças enquanto estão internadas, algumas vezes devido à distância entre o serviço de saúde e a moradia dessas famílias, outras vezes porque não há com quem deixar os outros filhos", explica Tereza.

 

A pesquisadora também relata que há diferenças do método MC para a internação nos hospitais, já que os hospitais possuem tecnologias e cuidados necessários na atenção aos bebês de alto risco. "O Método Mãe Canguru é apenas complementar, pois ele não substitui as incubadoras quando necessárias. Por outro lado, muitos recém-nascidos ficam em incubadoras mais tempo que o necessário e com o MMC os bebês poderiam sair antes e ficar em contato pele a pele com suas mães". Nesse sentido, um serviço que implanta o MMC pode otimizar o rol de procedimentos no cuidado ao bebê de baixo peso", complementa. É importante destacar que todas as mães podem aderir ao método, "menos as mães que tenha algum transtorno grave de ordem física ou psíquica que a impeça de realizar" enfatiza a pesquisadora.

 

Para as mães que estão procurando mais informações e profissionais que realizem esse método e desejam se atualizar, o artigo está disponível gratuitamente. Basta entrar no site http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/visualizar_texto.cfm?idtxt=24248.

 

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