Instituto de Saúde

A A A Tamanho do texto

Cosems SP analisa medicamentos contra COVID-19 e manejo clínico na atenção básica 

 

 

15 de julho de 2020 

 

“Até o momento, nenhum produto farmacêutico é considerado seguro e eficaz para tratar a COVID-19", afirma a nota técnica nº9/2020, preparada pela assessoria técnica do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo – Cosems-SP, com a colaboração da farmacêutica Daniela Oliveira de Melo, coordenadora do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde da Universidade Federal de São Paulo em Diadema, e de José Ruben de Alcântara Bonfim, médico da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e pesquisador do Núcleo de Análise e Projetos de Avaliação de Tecnologias de Saúde do Instituto de Saúde. 

 
 
A nota, intitulada "Manejo Clínico e Tratamento Farmacológico de Casos Leves e Moderados da COVID-19 - evidências científicas para orientar a tomada de decisão", destaca que apenas o remdesevir, ainda não disponível no Brasil, apresenta resultados preliminares que demonstram uma “eficácia modesta”, limitada apenas à redução do período de internação. Outros seis medicamentos não autorizados, mas que vêm sendo experimentados no tratamento da COVID-19 (offlabel), foram analisados pela nota: ivermectina, corticosteróides, cloroquina ou hidroxicloroquina associada à azitromicina, nitazoxanida, heparina e antibióticos. 

 

“Quando os primeiros resultados de um tratamento experimental são promissores, a consecução do uso deve ser estudada no contexto de um ensaio clínico bem delineado com o fim de estabelecer sua segurança e eficácia, isto é a melhor relação entre benefícios e riscos”, alerta o Cosems. 

 

O estudo inclui ainda uma avaliação sobre o manejo de pacientes com sintomas leves e moderados da doença. “Pacientes com sintomas leves e sem doenças de base crônicas [...] devem ser atendidos pelas UBS e monitorados em casa”, recomenda a nota.  Os pacientes com quadros leves, suspeitos ou confirmados, devem permanecer em isolamento doméstico por 14 dias a partir dos primeiros sintomas. Os comunicantes dos casos suspeitos devem ser identificados, isolados e monitorados para se evitar a propagação do contágio pelo vírus. 

 

Os casos moderados suspeitos ou confirmados podem ser acompanhados nas UBS, em isolamento doméstico, ou ainda nos hospitais de referência das regiões de saúde. Nesses casos o procedimento é idêntico ao dos casos leves, porém os critérios de monitoramento e avaliação de sintomas devem ser mais rigorosos. “Recomenda-se que pacientes com quadros moderados sejam internados em enfermarias, para evitar a internação nas fases mais avançadas da doença”, recomenda o Cosems. 

 

José Ruben, que colaborou com a equipe do Cosems na redação da nota, observa que ela tem consonância com outras notas técnicas de instituições universitárias, como a do Departamento de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por exemplo, que apresentou em 9 de julho último “o que a literatura científica disponível tem a dizer de mais atual a respeito do uso dessas medicações”. Para isso, os professores do departamento orientaram as discussões em torno de quatro temas: o uso de medicamentos antes da exposição ao novo coronavírus para evitar a infecção, o uso de fármacos para prevenir a infecção após a exposição ao vírus, a administração de remédios para controlar ou reduzir a multiplicação do vírus no organismo e o uso de terapêuticas com ação no sistema imune no tratamento de complicações decorrentes da COVID-19. 

 

Acesse a nota do Cosems SP integralmente aqui, e a da UFRN aqui

Comunicar Erro




Enviar por E-mail






Colabore


Obrigado