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Pesquisa do Instituto de Saúde analisa implantação de Núcleos de Apoio a Saúde da Família com foco na Saúde Mental

Um estudo desenvolvido pelas pesquisadoras do Instituto de Saúde Marli Fernandes, Sandra Greger, Silvia Helena Bastos de Paula e Teresa da Costa Rosa analisou a implantação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) com foco em sua atuação na Saúde Mental, no município de Amparo, interior de São Paulo. O estudo foi realizado entre os meses de agosto de 2009 e agosto de 2010.

 

"Escolhemos o município de Amparo, pois lá já existia um projeto de implantação de apoio à saúde Mental na área da Saúde da Família. O objetivo, então, foi identificar o contexto político e as estratégias para a implantação do NASF em nível municipal", afirma Silvia Bastos, uma das pesquisadoras.

 

Silvia destaca que a implantação do NASF na região de Amparo contribuiu para implementar a integralidade do atendimento ao paciente. "Com a implantação do NASF, mesmo que recente, passamos a ter um olhar de promoção de saúde com a possibilidade de oferecer outros tipos de intervenções terapêuticas, que não somente a farmacológica. As ações do NASF consistiam em atividades físicas, produção artística, promoção de eventos etc. Isso nos pareceu uma coisa positiva", afirma a pesquisadora.

 

O trabalho foi um dos pioneiros a pesquisar a atuação do NASF na saúde psíquica, produzido um ano após a criação do Núcleo. A pesquisadora afirma que, atualmente, a quantidade de pesquisas e discussões sobre o assunto aumentou consideravelmente.

 

"Na época de produção da pesquisa, algumas pessoas acreditavam que o NASF foi criado para ser uma agenda paralela, o que não é verdade. Outras não acreditavam que tal implantação poderia dar certo devido ao NASF não ter programação fixa. Estamos planejando, futuramente, verificar o que mudou no município pesquisado desde que fizemos o estudo", diz.

 

Segundo a pesquisa, a implementação do atendimento à Saúde Mental é dificultada, entre outros fatores, pela falta de compreensão sobre o papel das equipes NASF - que seria, de acordo com Silvia, o de apoiar a Atenção Básica no processo matricial e interconsulta - e a falta de psiquiatras atuando nas redes e nos núcleos.

 

Silvia ainda considera que um dos pontos preocupantes, verificado durante a produção do trabalho, foi que a solução para a falta de médicos era a ampliação da carga horária dos médicos já atuantes, com aumento na remuneração. "Os integrantes das equipes do NASF não trabalhavam apenas em uma unidade, mas se revezam entre algumas do local. Com o aumento da carga horária, acaba por se restringir um pouco a participação do funcionário a um número limitado de unidades".

 

O trabalho, intitulado "Análise do processo de implantação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família e sua integração com os sistemas e serviços em saúde mental na Atenção Básica", será apresentado no 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o Abrascão 2015, que acontece entre os dias 28 de julho e primeiro de agosto, em Goiânia.

 

Núcleo de Comunicação Técnico-Científico

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