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Pesquisa de implementação completou seminário do Instituto de Saúde sobre Inovação Social

25 de novembro de 2019

 

 

Como instituição de pesquisa integrante da Rede Paulista de Núcleos de Inovação Tecnológica, o Instituto de Saúde vem buscando debater o seu papel no âmbito da inovação e da implementação de políticas públicas de Saúde. Nesse sentido, o Instituto de Saúde realizou nesta sexta-feira, 22 de novembro, o segundo seminário da série dedicada a esses dois temas. Os dois seminários realizados na semana passada buscaram aprofundar essa discussão entre os pesquisadores do Instituto.

 

O seminário sobre pesquisa de implementação contou com a presença dos palestrantes convidados Gabriela Buccini, da Universidade de Yale e ex-aluna do Instituto de Saúde; e Mariana Silveira, administradora e coordenadora de projetos da agência de inovação Tellus, além dos pesquisadores do Instituto Mônica Viana, Ligia Puppo e Luis Eduardo Batista, que colocaram seus projetos respectivamente sobre apoio matricial, saúde mental e saúde população negra em discussão sob a ótica da ciência de implementação e a análise dos especialistas convidados Tatiana de Vasconcellos Anéas, Elisa Zaneratto Rosa, Fernando Mostaço da Mata, Michelle Gonçalves da Costa e, novamente, Gabriela Buccini.

 

Em sua palestra de abertura, Gabriela apresentou detalhadamente os conceitos e métodos empregados pela ciência de implementação. Segundo ela, a implementação de projetos envolve esforços “sistemáticos e planejados” de uma organização para introduzir uma política ou plano, intervenção, inovação ou uma prática e garantir que isso alcance os efeitos desejados. “É importante saber que os esforços necessários serão sistemáticos, e são eles que a ciência da implementação nos ajuda a monitorar e avaliar. O que está acontecendo para a adoção das evidências científicas nas práticas de saúde e assim promover uma melhora na qualidade dos serviços e cuidados.

 

A pesquisa de implementação é feita para entender o que acontece escondido dentro de uma “caixa preta” que contém os objetos da implementação, que são as intervenções, e quatro elementos que são o ambiente, a governança, os atores envolvidos e os processos de implementação.

 

“A pesquisa de implementação pode ajudar a implementação e a incorporação da inovação em larga escala, com alto grau de fidelidade e qualidade”, considera Gabriela. Ainda segundo ela, na ausência de dados confiáveis, é impossível provar que as intervenções podem ser incorporadas por uma política. “Focar nos processos é tão importante quanto nos resultados alcançados” conclui.

 

Mariana Silveira, da Agência Tellus, abordou a implementação de projetos sob a ótica do design thinking. A primeira consideração do modelo adotado é o foco no usuário. Seja quem for o objeto do projeto, usuário ou servidor, essa pessoa tem que estar no centro do processo e precisa ser ouvida. O Tellus chega a utilizar simuladores para transmitir as sensações dos usuários de serviços públicos aos responsáveis pelo planejamento, como deficiências de visão ou mobilidade, por exemplo.

 

O segundo ponto é a co-criação. O Tellus não impõe soluções, ele trabalha em conjunto com o cliente para encontrar as soluções. No caso do projeto sobre a hipertensão, são ouvidos todos os funcionários das unidades de saúde, médicos, gestores e usuários.

 

No terceiro nível é feito o protótipo da intervenção, para começar pequeno e aprender com os erros, para depois poder expandir de maneira rápida sem desperdício de dinheiro. O protótipo ajudar a prever e eliminar muitos problemas posteriores.

 

Mas o que é inovação em serviços públicos? Para o Tellus, é algo “desejado pelas pessoas, financeiramente viável, tecnicamente possível e, no setor público, também politicamente viável. “É importante montar modelos que se sustentem após a nossa saída”, ressaltou Mariana, para justificar a necessidade de reprodução e perenidade dos projetos pilotos.

 

 

Núcleo de Comunicação Técnico-Científica

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