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Instituto de Saúde realiza Mesa Redonda sobre Dengue, Zika e Chikungunya

 

No dia 17 de maio o Instituto de Saúde (IS) promoveu uma Mesa Redonda com o tema "A cidade e os mosquitos: os desafios da saúde frente às epidemias da Dengue, Zika e Chikungunya", organizada pela coordenadora do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para o Sistema Único de Saúde (CPD/SUS), Silvia Saldiva.

 

O evento, que teve a presença de alunos, pesquisadores, colaboradores do Instituto de Saúde e membros da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), teve como objetivo debater as contribuições da Saúde Coletiva para o combate ao Aedes Aegypti e o controle das doenças transmitidas por ele, além de discutir a relação do agente transmissor das infecções com o contexto urbano.

 

 

A contextualização do processo de urbanização do Brasil, está na base de muitas questões presentes no campo da saúde, na área social e do meio ambiente, segundo Ermínia Maricato, Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), que apontou os problemas das políticas de urbanização do país, desde as dificuldades de mobilidade da periferia para os centros até o desrespeito à lei de uso e ocupação do solo, resultando na construção de aglomerados urbanos subnormais com pouca infraestrutura. A questão dos aglomerados urbanos também foi abordada pelo coordenador da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da SES-SP, Marcos Boulos. Para ele, estas aglomerações dão às fêmeas dos mosquitos a facilidade de picarem um maior número de pessoas em curtas distâncias.

 

A rotatividade de representação nos municípios também foi um dos assuntos apontados pelo professor Boulos, que vê como um problema para o combate à epidemia a troca constante de profissionais mais informados e enraizados nos problemas sociais por outros ainda recentes na região, fazendo com que a efetividade da ação seja mais lenta. A relação entre representantes do Estado e a população também como fator de grande relevância para o combate ao vetor também foi discutida pelo Professor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, Francisco Chiaravalloti. "Existe a necessidade de um profissional que conheça as particularidades dos locais em que atua e que promova a integração entre os moradores e o Estado", afirma Chiaravalloti.

 

A relação entre os agentes de controle de vetores e a população influencia na efetividade das políticas de combate ao mosquito, que vão além da eliminação de focos, demonstra o trabalho realizado por Chiaravalloti, com o apoio da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), apresentado durante a mesa. Dentre os resultados encontrados, o pesquisador destacou a recusa e falta de adesão às campanhas pela população, a associação dos agentes de saúde a coletores de lixo, a limitação dos agentes em poder notificar apenas problemas relacionados a Dengue e a associação da doença à falta de higiene.

 

Segundo a organizadora do evento, Silvia Saldiva, o debate ampliou a visão do quanto a desorganização do espaço urbano e a falta de intersetorialidade dificultam o enfrentamento da epidemia e deixou claro que a população se sente ¿culpabilizada¿ pelo problema. "Do ponto de vista científico e epidemiológico ficou claro o quanto é complexa a questão das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, dado a sua capacidade de mutação e proliferação mesmo em locais "limpos", e que vai além dos cuidados residenciais", afirma Silvia.

 

 

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