30 de junho de 2022    

 

   A pesquisadora do Instituto de Saúde Claudia Malinverni é coautora do artigo “A produção de notícias de saúde pela imprensa: o contexto da cobertura da epizootia da febre amarela 2007/2008”, publicado em junho na revista Ciência & Saúde Coletiva, da ABRASCO.  

 

O estudo propôs discutir como os contextos sociais configuram as notícias, focando especificamente no caso da epizootia de febre amarela ocorrida no verão 2007/2008, e como a cobertura da imprensa a transformou em uma epidemia de febre amarela urbana, contradizendo dados técnicos dos órgãos públicos de saúde. 

 

O artigo aponta que dois fatores contribuíram para essa construção. O primeiro foi a comparação transformada em notícias dos discursos de epidemiologistas e autoridades sanitárias com opiniões e previsões sem quaisquer evidências científicas. O segundo fator diz respeito à precarização do trabalho dos jornalistas, submetidos a jornadas cansativas, baixos salários e pressões por alta produtividade.   

 

De acordo com o artigo, esse processo tem levado a uma transformação no perfil das redações da mídia tradicional, com predomínio de profissionais cada vez mais jovens e inexperientes, e poucos ou nenhum jornalista especializado em temáticas complexas, como as da saúde.  

 

O estudo destacou ainda a dificuldade da tradução das informações técnico-científicas sobre saúde em meio a mídias digitais e redes sociais. Nesse cenário, o papel do jornalismo segue fundamental para ampliar ou diminuir a percepção de risco em saúde, bem como dos jornalistas, transformando termos técnico-científicos em linguagem acessível a todas as pessoas.    

 

O artigo resultante da pesquisa pode ser acessado na íntegra aqui. 

 

Núcleo de Comunicação Técnico-Científica