Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP

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SECRETARIA DA SAÚDE PROMOVE AÇÕES DE PREVENÇÃO E TESTAGEM NA SEMANA DA VISIBILIDADE TRANS

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP, promoverá ações de testagem para HIV, sífilis e hepatites B e C, além de vacinação para Hepatite B, na Semana da Visibilidade Trans.

 

Clique aqui para o download da Agenda da Visibilidade Trans.

 

No dia 29 de janeiro, dia nacional da visibilidade trans, serão ofertados testes para HIV, sífilis e hepatites virais B e C e vacinação para hepatite B, na Secretaria da Educação (Praça da República, 53, Centro), das 14 às 18h. A mesma atividade será realizada também  no dia 31, no Centro de Referência e Defesa da Diversidade (Rua Major Sertório 292), das 14 às 18h30.   “Estudos conduzidos pelo Ministério da Saúde indicam que a prevalência de infecção pelo HIV em mulheres trans e travestis é de 31%. Neste contexto, oferecer a testagem é fundamental para o diagnóstico precoce, tratamento adequado e qualidade de vida desta população ”,  relata declara Artur Kalichman, coordenador do Programa Estadual DST/Aids-SP. Estas atividades estão sendo realizadas pelos Programas Estadual de DST/Aids-SP e Programa de Hepatites Virais de São Paulo,  Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Centro de Referência e Defesa da Diversidade.

 

Desde 2004, o Brasil celebra o dia nacional da visibilidade trans. Esta data foi definida em função da campanha “Travesti e Respeito”, primeira ação contra a transfobia idealizada por ativistas travestis e transgêneros, lançada pelo Departamento Nacional de DST/Aids e Hepatites Virais, Ministério da Saúde. “A campanha foi altamente relevante para marcar a luta desta população por seus direitos e cidadania”, declara Artur Kalichman, coordenador do Programa Estadual DST/Aids-SP.

 

CONQUISTAS E DESAFIOS NO CAMPO DA SAÚDE

 

Desde a criação do Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP, em 15 de junho de 2009, foram realizadas 36 cirurgias de redesignação sexual em mulheres trans,   53 mamoplastias masculinizadoras em homem trans, mais de  1.600 estão em acompanhamento hormonal. Atualmente, o serviço conta com cerca de 3 mil usuários matriculados, destes 70% transexuais e 30% travestis. “Recentemente, o número de mamoplastias masculinizadoras aumentou de 03 para 06 por mês, e as neovaginoplastias aumentaram de 12 para 24 por ano”, informa Maria Clara Gianna, coordenadora adjunta do CRT DST/Aids-SP. Para a realização das intervenções cirúrgicas contamos com a imprescindível parceria do Hospital das Clínicas/FMUSP, Hospital Estadual Mário Covas, Hospital Geral de Diadema e Hospital Geral Pedreira. É importante ressaltar que a parceria com o Ambulatório do Núcleo de Assistência Multiprofissional à Pessoa Trans da Universidade Federal de São Paulo foi de grande importância para a ampliação do acesso da população trans à assistência integral à saúde.

 

O Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP é uma referência nacional, com profissionais  preparados para lidar com as dificuldades e demandas específicas desses grupos sociais. É responsável também pela elaboração de protocolos clínicos, por desenvolver e avaliar tecnologias e modelos assistenciais e promover atividades integrando movimentos sociais, e também de treinamento para profissionais de saúde nessa área de atuação, com vistas a criação de outros serviços.

 

Para Ricardo Barbosa Martins, diretor do Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais, historicamente, a população trans é estigmatizada, marginalizada e perseguida, devido à crença na sua anormalidade, decorrente do estereótipo de que o “natural” é que o gênero atribuído ao nascimento seja aquele com o qual a pessoa se identifica e, portanto, espera-se que ela se comporte de acordo com o que se julga ser o “adequado” para esse ou aquele gênero. “É preciso reconhecer que há diferentes gêneros e diferentes necessidades”, declara.

 

Segundo Ivone de Paula, gerente da Área de Prevenção do CRT DST/Aids-SP, o estresse gerado por preconceitos, discriminação e correlatos pode implicar em risco aumentado para o uso de substâncias (álcool e drogas) e outros comportamentos de risco. “O uso de substâncias pode ter relação tanto com o estresse da vida cotidiana de transgêneros, abarcando desemprego, problemas com moradia e dificuldades de acesso a serviços de saúde”, comenta.

 

Apoio familiar, suporte social e a estabilidade emocional dos indivíduos são fatores de proteção e resiliência significativos, e pode ter papel decisivo nas necessidades adaptativas e fortalecimento pessoal dos indivíduos, tornando-os menos vulneráveis a comportamentos de risco. Igualmente fundamental é a criação e bom funcionamento de órgãos públicos destinados a auxiliar as pessoas transgênero, informando-as adequadamente sobre questões relativas às variantes de gênero, propiciando a resolução de problemas de saúde, fornecendo subsídios para a transformação física de adequação do corpo ao gênero psicologicamente sentido, e também no âmbito jurídico, com respeito ao exercício de seus direitos e, especialmente para a mudança do nome em documentos.

 

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