Humanização

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Processo formativo para fortalecimento das Políticas de Humanização e Educação Permanente em Saúde na região do Grande ABC - NEPH RRAS 1

 

PROCESSO FORMATIVO PARA FORTALECIMENTO DAS POLÍTICAS DE HUMANIZAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA REGIÃO DO GRANDE ABC

 

Núcleo de Educação Permanente e Humanização - NEPH da RRAS 1

DRS I - Grande São Paulo

 

 

Objetivo da experiência

I) Objetivo Geral:

- Fortalecer a utilização das Políticas de EPS e Humanização enquanto ferramentas de gestão nos municípios e na CT/CIR além de dispor das ferramentas e dispositivos de ambas as Políticas para qualificar a implantação e fortalecimento das Redes Temáticas da Região.

II) Objetivos Específicos:

- Propiciar espaços de trocas e ofertas conceituais regionais, com foco na potência transformadora das ferramentas das Políticas de EPS e Humanização.

- Propiciar espaços de trocas, reflexão e ofertas conceituais para qualificar as ações voltadas à implantação/implementação da Rede de Atenção aos Portadores de Doenças Crônicas.

- Repactuação da relação do NEPH/ CIES com os espaços colegiados da CIR (grupos de trabalho, Câmara Técnica, Colegiado etc.);

- Realizar diagnóstico preciso das necessidades formativas relacionadas ao fortalecimento das quatro Redes Temáticas já implantadas;

- Propiciar espaços de trocas, reflexão e ofertas conceituais para fortalecimento das quatro Redes Temáticas já implantadas na região.

 

Público alvo

Gestores e trabalhadores dos municípios, Grupos técnicos de Redes Temáticas e Câmara Técnica:

- 1 Roda de Conversa e pactuação NEPH com Câmara Técnica: 60 participantes

- 4 Oficinas Regionais: 1a. Oficina (75 participantes), 2a. Oficina (50) e 3a. Oficina (115).

- 23 Oficinas Municipais

- 6 municípios participantes

- Total de participantes das oficinas regionais: 240

 

Equipe envolvida

Equipes: NEPH, CDQ, Grupos Técnicos das Redes Temáticas, CT/CIR e Grupos de trabalho municipais, Docentes convidados e Facilitadores externos contratados.

 

Recursos utilizados

- Auditório para as 4 oficinas regionais e 6 salas para atividades dos subgrupos.

- Brunch e Coffee.

- Material de apoio: contrapartida dos municípios.

- Espaço para encontros das oficinas municipais.

 

Interface com outras áreas e/ou serviços

NEPH, CDQ, Grupos Técnicos das Redes Temáticas, CT/CIR e Grupos de trabalho municipais, Docentes convidados e Facilitadores externos contratados.

 

Breve histórico da experiência

O formato deste projeto exigiu que o NEPH repensasse a metodologia das duas políticas, EP e Humanização e o modo como o NEPH vinha construindo processos formativos com base nos pressupostos da metodologia tradicional de ensino/ aprendizagem e também sobre a forma como estas demandas eram encaminhadas a ele pelos diferentes municípios, grupos técnicos e Câmara Técnica. A expectativa para a formação dos trabalhadores girava em torno de oferta de cursos. Outro ponto importante refere-se a própria reorganização do processo de trabalho do  NEPH que adotou encontros quinzenais sistemáticos para sustentar o processo e envolver os seus membros na  realização das tarefas, incentivo a interlocução para dentro e fora do município se corresponsabilizando pelos resultados e  exercitando  a força  coletiva (grupalidade).

Identificou os seguintes nós críticos a serem enfrentados:

1. Ações educativas do NEPH do Grande ABC focadas em cursos e oficinas, sem a utilização de ferramentas-estratégias eficazes para disparar transformações concertas nos processos de gestão e cuidado no trabalho em saúde;

2. Grande parte das ações ainda são ações de educação continuada;

3. Ações do NEPH com baixa articulação com as ações de implantação/implementação das Redes de Atenção à Saúde na região ¿ coordenadas pelos grupos de trabalho da CIR/ CGR;

4. Insuficiente utilização das Políticas de Educação Permanente e Humanização enquanto ferramentas de gestão do SUS nos municípios e na região e;

5. Indicadores a serem melhorados: taxa de internações por condições sensíveis à Atenção Básica, exames citopatológicos de colo de útero, porcentagem de partos normais, mortalidade infantil e testagem para sífilis em gestantes.

 

Desenvolvimento da ação

O plano foi desenvolvido com foco em dois grandes eixos:

- Eixo 01: Fortalecimento das Políticas de Educação Permanente e Humanização, visando ampliação da capacidade operativa do NEPH, repactuação da relação com os espaços colegiados da CIR (grupos de trabalho, Câmara Técnica, Colegiado etc.) e fortalecimento da implantação destas políticas enquanto ferramentas de gestão nos municípios.

- Eixo 02: Apoio às ações de implantação da Rede Temática de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas e fortalecimento das Redes já implantadas (Cegonha, UE, Pessoa com Deficiência e RAPS).

Todas as ações serão executadas partindo dos princípios e diretrizes das Políticas de Educação Permanente e Humanização.

A 1a. ação do eixo 1 do PAREPS 2015  ocorreu  uma  roda de conversa e pactuações  do processo formativo em  08/09/2015. Este encontro foi idealizado como um momento de conversa e pactuação, entre o Núcleo de Educação Permanente e Humanização, a Câmara Técnica e seus Grupos Técnicos (RAPS, RPCD, Rede Cegonha e RUE), em relação às expectativas e operacionalização da Política de Educação Permanente e Humanização em âmbito regional no Grande ABC. O Encontro teve como Facilitadora a professora Laura Macruz da Faculdade de Saúde Pública da USP. Houve adesão de integrantes da Câmara Técnica e representantes dos Grupos Técnicos e boa disposição de todos em discutir o cenário regional, o funcionamento e função dos Grupos de Trabalho e o apoio que a EP e Humanização poderia contribuir  nesta dinâmica. Reconhecem o desafio em fortalecer  a interface entre estes diferentes grupos e efetivar o processo de cogestão, formação e de redes.

No eixo 1 foram realizadas  4 oficinas regionais: 1a. Sobre as duas políticas EP e Humanização com os Docentes convidados Laura Macruz (Faculdade de Saúde Pública da USP) e Bruno Mariani (UNICAMP), 2a. Somente Política de EPS (Docente- Laura Macruz), 3a. Sobre Política de Humanização (Docente - Cleusa Pavan) e 4a. Sobre o Quadrilátero da EP e Integração Ensino e Serviço (Laura Macruz). No momento regional o encontro era de 8 horas, com atividades de subgrupos mistos de municípios de manhã após oferta conceitual e subgrupos por município à tarde, seguida de dispersão para os momentos municipais entre um encontro regional e outro.  As trocas de experiências nos subgrupos qualificavam as discussões e possibilitavam a análise dos desafios e potencialidades de cada um.

O projeto previa a contratação e participação de  Facilitadores externos nas etapas municipais  e  um Coordenador pedagógico, bem como a contrapartida dos Facilitadores municipais, apostando na cogestão.  Ao longo do projeto realizaram-se 3 rodas de fortalecimento  com os integrantes do  NEPH, Facilitadores Externos e Coordenador. Após realização de cada atividade era feito uma avaliação problematizadora e reflexiva com os membros do NEPH, sendo um momento importante de aprendizagem significativa.

 

Resultados alcançados

- Constituição de um coletivo de Gestores e representante do Conselho Municipal no município de Ribeirão Pires, se encontrando até o momento.

- Constituição de um coletivo de Gestores e trabalhadores do NASF em São Caetano do Sul, e ativo até o momento.

- Fortalecimento dos encontros de territórios do município de Santo André.

- Fortalecimento dos espaços coletivos já existentes do município de Mauá.

- Fortalecimento dos espaços de conversa da Rede escola de SBC.

- Em RGS o coletivo constituído dos diferentes serviços não se manteve, há encontros das Enfermeiras das UBS, mas com os demais serviços não.

- Maior aproximação do NEPH com Câmara técnica e reflexão sobre as demandas de processos formativos.

- Maior interface com os Grupos Técnicos das Redes Temáticas e NEPH para discussão conjunta de demandas para processos de formação, sendo dois integrantes do NEPH em cada grupo Técnico.

- Oferta de espaços para discussão dos processos de trabalho a partir do cotidiano do trabalho e não só de educação continuada, para além da aquisição de conhecimento individual.

- Estímulo à participação coletiva por meio de oficinas com os Facilitadores externos que se deslocaram até os participantes nos municípios.

- Amadurecimento do processo de trabalho do NEPH exigindo intensa organização e corresponsabilização de todos para garantir a execução do projeto.

- Reconhecimento da CT/CIR em relação as metodologias de ensino aprendizagem  adotadas no projeto e articulação entre os grupos que sustentam a CT/CIR.

 

Há fragilidades, vulnerabilidades ou problemas específicos da experiência?

A situação entre os diferentes municípios é bastante heterogênea, havendo municípios que apostam intensamente na produção do encontro, no trabalho vivo e nas múltiplas conexões entre esses e outros atores para potencializar a produção do cuidado. Outros vivem situações difíceis, em que há pouco investimento da gestão nesse sentido e os trabalhadores se sentem acuados e despotencializados para manter espaços coletivos que contribuam para democratizar a gestão.

Destas Oficinas, em todos os municípios, ficaram como recomendação a continuidade do exercício de análise de todos os espaços coletivos existentes e apresentados por cada um dos municípios, espaços que precisam ser arguidos em termos das reais funções que vêm desempenhando nos serviços. Da maneira como são ou estão existindo será que cumprem a função de democratizar as decisões? Cumprem a função de compartilhamento de gestão? O que seria necessário para que viessem a cumprir? Reconhecimento da força da micro e macropolítica para a gestão.

- Como fortalecer a equipe para enfrentamento de arbitrariedades da gestão?

- Por que não conseguimos reproduzir conversas e encontros nos nossos locais de trabalho?

- Quais são as possibilidades viáveis de lidar com os problemas?

- Quais são as possíveis brechas e espaços que reconhecem para pensar ações de EP e Humanização?

 - EPS e Humanização: reconhecer o que somos, como somos afetados para operar de um determinado modo; reconhecer a precarização do trabalho e insuficiência de recursos.

A percepção é a de que a burocracia e as mudanças frequentes na gestão pelo ciclo político fazem com que no sistema público de saúde muitas vezes tenha dificuldade de agir no coletivo, sempre retomando, recomeçando, submetido a processos verticais e voltados ao planejamento individual.

 

Qual é o diferencial da experiência?  Por que é uma experiência inovadora?

Neste projeto problematizamos que tanto a EPS quanto a Humanização mobiliza a escuta, necessita conhecer e se reconhecer para se implicar nas mudanças, se afetar.

Este projeto foi ousado em relação a metodologia que requer espaços coletivos  para colocar em análise  o processo de trabalho,  a ampliação da transversalidade  e reflexão que para operar mudanças, pois  sem espaços de compartilhamento é praticamente impossível transformar as práticas,  principalmente considerando a complexidade da organização atual do SUS.

A escolha da diretriz da Co-gestão como enfrentamento da hierarquização e o desafio em construir horizontalidade, sem desconsiderar os níveis de governabilidade e tomadas de decisão foi muito bem avaliada. Que decisões são possíveis nos diferentes espaços?

Formação e capacitação não pressupõem somente cursos e transmissão de conteúdo, mas ofertar espaços para repensar os processos de trabalho e as dificuldades dos trabalhadores e dos Gestores.

Outro diferencial está relacionado à articulação do NEPH com os grupos técnicos, CT, CIR e contratação de Facilitadores e Coordenador Pedagógico para apoiar o NEPH.

Capacidade de organização do NEPH para sustentar o projeto.

Apostar em processos qualitativos e não quantitativos para o processo ensino e aprendizagem e trabalhar as duas políticas, EP e Humanização.

 

A experiência tem ou pode ter algum desdobramento?

Incentivo aos espaços coletivos instituintes e fortalecimentos dos espaços instituídos

Desdobramentos no Nível regional:

- Repensar a organização dos GTs e esforço para manter os representantes, a alta rotatividade fragiliza os grupos.

- Organizar os GTs com dupla na coordenação, que pode ser paritária (SES/Municípios) ou não. Rodiziar a coordenação. O NEPH já faz isto anualmente.

- NEPH: incentivar os encontros junto com o CARS 1 e CT  pensar  em outro encontro. Fortalecer a interface entre os diferentes grupos técnicos e Câmara Técnica.

- Maior aproximação da CT/NEPH com a continuidade do eixo 2 no PAREPS  2016.

Nível Municipal:

- Manter os diversos espaços coletivos de forma a democratizar a gestão e ampliar a implicação e corresponsabilização pelos processos de gestão e do cuidado.

- Continuidade do eixo 2 no PAREPS 2016

 

Contato

pscidamorais@hotmail.com; monica_engelmann@yahoo.com.br

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