Humanização

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Métodos não farmacológicos de alívio da dor neonatal em procedimentos potencialmente dolorosos e do estresse neonatal durante a internação em unidades terapêuticas neonatais - Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto - Mater

 

 

 

MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS DE ALÍVIO DA DOR NEONATAL EM PROCEDIMENTOS POTENCIALMENTE DOLOROSOS E DO ESTRESSE NEONATAL DURANTE A INTERNAÇÃO EM UNIDADES TERAPÊUTICAS NEONATAIS.

 

Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto - Mater

DRS XIII - Ribeirão Preto

 

 

Objetivo da experiência

- Estimular, incentivar e motivar a prática de métodos não farmacológicos de alívio da dor neonatal antes, durante e após procedimentos potencialmente dolorosos.

- Reduzir o estresse neonatal durante a internação em Unidades Terapêuticas Neonatais (UCIN).

 

Público alvo

Neonatos do CRSMRP-Mater.

 

Equipe envolvida

Equipe de enfermagem, equipe de educação em saúde, médicos (pediatras), biologistas, alunos, residentes e indiretamente os demais profissionais capacitados pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IHAC.

 

Recursos utilizados

Recursos da unidade como: luvas de procedimento de vinil sem pó (para sucção não nutritiva), sacarose 25% e recursos áudio visuais em estratégias educativas.

 

Interface com outras áreas e/ou serviços

Este projeto possui interface com o laboratório interno do CRSMRP-Mater, que ao realizar os procedimentos potencialmente dolorosos nos neonatos também realiza tais ações. E segue as recomendações da International Association for the Study of Pain (IASP) - Associação Internacional para Estudo da Dor.

 

Breve histórico da experiência

O Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto - Mater caracteriza-se por uma maternidade de atendimento 100% SUS, que atende Ribeirão Preto e região assistindo a mulheres com gestação de baixo e médio risco obstétrico e/ou que necessitam de intervenções cirúrgicas ginecológicas. Realiza em média 270 partos/mês dos quais 90% representam partos de recém-nascidos a termo. É um hospital escola recebe alunos e residentes da FMRP/USP e da EERP/USP e devido a isto campo de pesquisas científicas. A maternidade é intitulada pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), desde 2003 e mantém este título devido a este projeto que tem por objetivo estimular, incentivar e motivar a prática do aleitamento materno; bem como proporcionar bem estar para a gestante, parturiente e puérperas através de práticas humanizadas e que visam melhorar a assistência materna e neonatal. 

 

Desenvolvimento da ação

Antes dos procedimentos potencialmente dolorosos que causam dor aguda os materiais a serem utilizados devem ser separados e ao RN deve ser ofertado um método não farmacológico de alívio da dor, que na maternidade os mais utilizados são:

 

- Aleitamento Materno 5 minutos antes e durante a punção de calcâneo: este método possui evidência científica comprovada por diversos autores, pois reduz a dor neonatal durante procedimentos potencialmente dolorosos, e é utilizado principalmente em nossa prática durante punções de calcâneo, pois permite ao profissional realizar uma eficiente coleta (LEITE et al., 2006; LEITE et al., 2009; SHAH et al., 2007; SHAH et al., 2009).

 

- Contato pele a pele na posição canguru: é um método não farmacológico de alívio da dor, que em nossa prática iniciamos 5 minutos antes do procedimento e se estende durante o procedimento e após para a recuperação do neonato. Em contato com a mãe o RN tente a ficar mais tranquilo, sentir seu cheiro e se acalmar durante o processo (CASTRAL et al., 2008; CASTRAL, 2010; VIVANCOS, 2010; WARNOCK et al., 2010).

 

- Sucção não nutritiva (com luva de vinil sem pó): a sucção não nutritiva é realizada através da sucção do bebê ao dedo enluvado do profissional, tal método geralmente utilizado em conjunto com outro método (geralmente a sacarose 25%), que pode gerar conforto durante um procedimento potencialmente doloroso. Geralmente iniciado 2 minutos antes do procedimento e mantido durante o mesmo (GIBBINS; STEVENS, 2001; TSAO et al., 2008).

 

- Sacarose 25% 0,5ml/Kg 2 minutos antes do procedimento potencialmente doloroso e durante: a sacarose atualmente é considerada padrão ouro no tratamento não farmacológico da dor neonatal, porém há ainda alguns questionamentos quanto ao seu uso indiscriminado e repetido, por isso é encontrada em muitos estudos e já foi utilizada em várias concentrações, mas atualmente é mais administrada a 25% e no protocolo descrito acima em nossa instituição (GASPARDO, 2006; LIAW et al., 2011; STEVENS; YAMADA; OHLSSON, 2010).

 

Além disso, são desenvolvidas ações para redução do estresse dos recém-nascidos internados em unidades terapêuticas neonatais, longe de suas mães, como: posicionamento adequado em posição fetal, mudança de decúbito, contenção facilitada (enrolamento), diminuição dos estímulos táteis (agrupamento de cuidados e procedimentos em um mesmo horário) e ambientais (ruídos/luminosidade) com a Hora do Soninho.

 

Resultados alcançados

O cuidado desenvolvimental é uma filosofia assistencial, cujo objetivo é promover a estabilidade clínica e a autorregulação do neonato, auxiliando na conservação de energia para seu desenvolvimento e crescimento, através das medidas adotadas acima. Esta forma de cuidado é humanizada, possui foco no paciente e na família, incentiva a mãe e pode promover melhora nas respostas fisiológicas, comportamentais, neurológicas e clínicas dos neonatos. Sendo assim, encontramos desde resultados imediatos como a redução da dor neonatal durante procedimentos potencialmente dolorosos a olhos vistos e comprovados por estudos randomizados, recuperação do choro ou face de dor, aumento dos sucessos em procedimentos dolorosos (punções) pelos profissionais, uma vez que o bebê fica menos agitado e choroso, satisfação materna ao acompanhar o procedimento fazer parte do processo ao acalmar seu bebê e tardios como o desenvolvimento social.

 

Há fragilidades, vulnerabilidades ou problemas específicos da experiência?

Rodízio de funcionários, alunos e residentes; alguns problemas de uniformidade entre as condutas entre as equipes e sensibilização de alguns profissionais pontuais.

 

Qual é o diferencial da experiência?  Por que é uma experiência inovadora?

Porque traz benefícios para o recém-nascido (imediatos, mediatos e tardios), mães e sociedade.

 

A experiência tem ou pode ter algum desdobramento?

Acreditamos que poderíamos dividir a nossa experiência com outras unidades e capacitar outros profissionais da área.

 

Contato

aarodrigues@hcrp.usp.br

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