Humanização

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Implementação do Acolhimento na Atenção Básica no município de Mauá - Secretaria Municipal de Saúde de Mauá

 

IMPLEMENTAÇÃO DO ACOLHIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE MAUÁ

 

 

Secretaria Municipal de Saúde de Mauá

DRS I - Grande São Paulo

 

Objetivo da experiência

Qualificar o acolhimento na Atenção Básica e trabalho em rede.

 

Público alvo

Profissionais da Atenção Básica, ESF, Unidade Básica tradicional, Saúde Bucal.

 

Equipe envolvida

Equipe de Educação permanente, equipes da Atenção Básica, Saúde mental, Saúde Bucal, UPA, UPA, Consultório na rua e EMAD/EMAP, SMS.

 

Recursos utilizados

- Salas de reuniões

- Os diversos espaços da Unidade de saúde

- Espaços de reunião nos territórios

 

Interface com outras áreas e/ou serviços

Atenção Básica, Saúde mental, Saúde Bucal, UPA, Consultório na rua, EMAD/EMAP, Hospital Radamés Nardini.

 

Breve histórico da experiência

Mauá ocupa o 22º lugar no ranking do PIB do Estado (SEADE 2011) e é o 10º em população, com 425.169 habitantes.

A rede básica de saúde possui 23 unidades básicas de saúde divididas em 5 territórios. O n° de ESF são de 56, sendo  31 com equipes de saúde bucal.

São 19 unidades que funcionam das 07h00 as 17h00, As demais funcionam das 07h00 ás 21h00, servindo de referência para os usuários que trabalham e/ou necessitam de horário estendido para acessar a Atenção Primária. Vale lembrar que nestas unidades a farmácia e a sala de vacina funcionam normalmente.

 

1. Dimensionamento da Equipe: No momento estão readequando o dimensionamento da equipe de enfermagem de acordo com a demanda atual de cada unidade e procedimentos realizados.

A inserção do Programa Mais Médicos no município contribuiu potencialmente para o aprimoramento do cuidado, uma vez que no momento estamos com o quadro de médicos completo, uma importante conquista para Mauá que historicamente apresenta déficit da presença destes profissionais na Atenção Primária. Entre médicos e enfermagem no momento contam com 451 profissionais (contando vaga em aberto e INSS).

Destaque que o numero de trabalhadores da recepção está insuficiente dado o excesso de trabalhadores adoecidos e restrição funcional. O processo de trabalho esta sendo foco de preocupação de muitos gestores locais, tanto como da EP central, com vistas a um grande processo de formação. Em 2015 o GTH municipal trabalhou a diretriz de valorização do trabalhador e o que adoece e o que potencializa o trabalho.

Em 2013/2014 o GTH elegeu a diretriz do Acolhimento para trabalhar de forma intensiva com as unidades de saúde com o apoio dos 20 apoiadores Institucionais. Em 2015 a diretriz escolhida foi valorização do trabalho e do trabalhador.

Já em 2014 a estratégia de Apoiadores Institucionais foi substituída por 10 NASF.

As queixas que normalmente levam os usuários procurar as unidades básicas de saúde, em sua grande maioria são: HAS e DIA descompensadas, pacientes com sofrimento psíquico,"troca de receitas",  IVAS e pregnosticon - exame de gravidez, o que torna a oferta da demanda espontânea essencial.

A relação com a comunidade apresenta variações de acordo com a localidade. P.ex. Na unidade Macuco a consulta da enfermagem possui menor absenteísmo que o de alguns médicos e alguns usuários procuram a demanda espontânea apenas para falar com o enfermeiro e não se queixam quando não passam pelo atendimento médico. Diferente da comunidade do Parque das Américas.

Mesmo nas unidades como Parque São Vicente e Vila Assis, que teoricamente possuem um público com poder aquisitivo um pouco mais privilegiado, é possível observar outras vulnerabilidades como dependência química, baixa adesão ao cardápio de atividades ofertado pelas equipes, dificultando o trabalho dos profissionais destas instituições. 

Os conselhos locais de saúde (salvo algumas exceções), em sua maioria, desconhecem seu importante papel no SUS, barganhando benefício próprio ou em busca dos interesses da família, desta forma, por vezes os gerentes das unidades se tornam educadores, suscitando no conselheiro seus direitos e deveres.

 

2. Análise do Processo de Trabalho - Fluxos Internos da Unidade:

Fluxograma analisador: Na maioria das unidades este instrumento é construído no final do ano ou em seu início, onde elabora-se um Planejamento Estratégico Situacional, com a análise dos resultados  alcançados e propostas de intervenção. Em 2013 e 2014 algumas unidades utilizaram a planilha de Mattos ou a máscara do PMAQ para desenhar este momento com os trabalhadores.

Protocolos: Alguns protocolos estão sendo elaborados como o de Curativo, Dermatologia, outros estão em fase final de construção como o de Ortopedia, Saúde Mental, há ainda aqueles que estão no "forno" em aguardo da impressão como o Caderno Materno-Infantil, enfim neste sentido  o município está  trabalhando avidamente em busca de atualizações e padronizações, para qualificação da assistência.

Avaliação de Risco Familiar: As equipes ESF lançam mão destas ferramentas (Genograma, Ecomapa) com certa frequência, em especial, quando comparada as unidades que não possuem o ACS em sua composição. Porém a utilização destas ferramentas normalmente não ocorre de forma cotidiana e seus desdobramentos ainda são tímidos. Nem todos os casos necessitam do PTS.

Linhas de Cuidado: Os indicadores basilares de Mauá são de Combate a Mortalidade Materno Infantil, Tuberculose e Dengue.

Desta forma várias ações foram desenvolvidas: Rodas Técnicas para atualização dos profissionais sobre Manejo Clínico da Sífilis em Gestante e Congênita, Dengue, Tuberculose (Descentralização do Atendimento) e incentivo ao aleitamento materno.

Em busca de ouvir a comunidade e divulgar os serviços prestados, o município também conta com o "Mauá cidade que avança". Este programa percorre os 5 territórios do município através dos principais eixos da cidade, levando informação e aproximando os profissionais da realidade local dos munícipes. 

Infelizmente alguns problemas de acesso ainda persistem. Um exemplo clássico que elucida com bastante nitidez é o atendimento a comunidade da UBS Feital com 8 ESF, que habitam em área rural e gastam em média 1 hora  ou mais para acessar a unidade de saúde. Estratégias adicionais como o atendimento da equipe quinzenalmente em um galpão improvisado e cedido por um munícipe, são alternativas utilizadas que visam alcançar esta população mais afastada para ofertar o cuidado.

 

Desenvolvimento da ação

Operacionalização das Ações Movimentos Desencadeados:

Combate a Dengue (Atenção Básica e Vigilância): Reuniões técnicas em cada território com a participação de Médicos, Enfermeiros, Auxiliares de Enfermagem, ACS, Assistência Farmacêutica, NASF e Gerentes;

Combate a Tuberculose (Atenção Básica, Especializada e Vigilância): Descentralização e Matriciamento dos Atendimentos aos pacientes portadores de Tuberculose Pulmonar;

Combate a Mortalidade Materno-Infantil (Atenção Básica, Vigilância, Especializada, Assistência Farmacêutica e Hospital): Criação da Comissão de Sífilis, Roda técnica sobre Sífilis Gestante e Congênita, construção e divulgação de fluxos; Devolutivas dos Estudos de óbitos ocorridos em 2014 nas unidades de saúde; 

Capacitação de Urgência e Emergência - Atualização ofertada pela Urgência e Emergência para os profissionais da Atenção Básica em busca de aprimorar o cuidado da Atenção Primária, em especial neste momento de reformas nas UPAS.

Campanha Três Bichos (Atenção Básica, Especializada e Epidemio): Ação na Escola do Shenck com 600 alunos em sua maioria residentes da área rural do Feital em busca do diagnóstico precoce e tratamento do Tracoma, Verminoses e Hanseníase;

Reuniões mensais com os Enfermeiros Referências Técnicas da Atenção Básica, bem como os Encontros das Comissões e GT´s mensais buscam o fortalecimento da assistência e da construção do trabalho em rede.

Ainda podemos destacar as EPs de território, realizada mensalmente somente com os gestores de serviços de saúde, gerentes de EP, de cuidado e gestores de Núcleo. Esse ano, por decisão conjunta dos gestores, o tema que esta sendo trabalhado é a Saúde Mental. O município de Mauá recebeu um prêmio do COSEMS tendo em vista a reforma administrativa e modelo de gestão proposto.

 

Resultados alcançados

Revisão dos processos de trabalho em 2016

Ao final de 2015 conseguimos ampliar o número de unidades que funcionam das 07h ás 21h, passando de 4 a 6 unidades de Saúde da Atenção básica. Todas com agendas para Atendimento de demanda espontâneo em período integral.

O dimensionamento das UBS foi concluído e hoje as equipes atuam com o numero de funcionários necessários de acordo com a demanda territorial.

Atualmente, os processos organizacionais continuam bastante parecidos com o da equipe anterior a 2016. Os grupos técnicos de trabalho de tuberculose e dengue continuam fortalecidos. O grupo de trabalho da tuberculose atualmente conta com a participação de representantes de todos os serviços da rede especializada, atenção básica, vigilâncias e urgência e emergência.

O comitê de Investigação de Óbito Materno Infantil e Fetal hoje conta, nos momentos de classificação dos óbitos, com a participação de ao menos um membro da equipe da rede básica que acompanhou o pré-natal do óbito em discussão.

As equipes de NASF se encontram todas, a cada 45 dias, para discussão dos processos de trabalho a partir das diretrizes municipais.

As atividades do Mauá cidade que avança seguiram até o mês de junho/2016.

Os gerentes de Atenção Básica se reúnem mensalmente com o Núcleo de Gestão. Onde são discutidas pautas levadas pelo núcleo e pelos gerentes.

As capacitações da equipe de Urgência e Emergência seguem acontecendo com o intuito de ampliar a capacidade resolutiva da atenção básica.

Vários colegiados de gestão no Hospital Radamés Nardini ampliando a participação nos processos da gestão e do cuidado.

 

Há fragilidades, vulnerabilidades ou problemas específicos da experiência?

Com a mudança do SMS e saída de vários Gestores em Março de 2016, infelizmente o grupo de trabalho municipal em humanização foi interrompido por tempo indeterminado, porém as gerentes de educação permanente tem solicitado  organização dos serviços para que este grupo retome as atividades.

As EP¿s de território também foram interrompidas. Porém, estão no planejamento para o ano de 2017. Apesar destas mudanças, os processos de trabalho para demanda espontânea, classificação de risco e espaços de encontro entre os serviços continuam.

 

Qual é o diferencial da experiência?  Por que é uma experiência inovadora?

- O esforço em manter espaços colegiados de cogestão e corresponsabilização para os trabalhadores e gestores é um diferencial, porém precisam de sustentação permanente dos espaços coletivos.

- Incentivo para aumento do grau de transversalidade para os processos do cuidado e da gestão.

- Estimulo ao trabalho de equipe.

- O trabalho com os Conselhos de saúde.

- A territorialização e aumento da cobertura da ESF.

- O início da residência Médica em 2013 no município.

- Apesar das mudanças na gestão em 2016 o acolhimento nas UBS está mantido.

- A experiência do GTH municipal de 2013/2015 com construção de plano de ação e representantes de vários serviços da rede

- O uso das ferramentas da Política de Educação Permanente nos encontros de territórios e Colegiados de gestão.

- O apoio do NASF junto as ESF/ESB.

- A participação e interesse do município nos encontros realizados no CEFOR/NTH nas oficinas de acolhimento em 2015

 

A experiência tem ou pode ter algum desdobramento?

Qualificando o acolhimento da Atenção Básica impacta na relação com os outros níveis de Atenção, gerando uma demanda mais qualificada ao assumir o seu papel de Gestora do cuidado e fidelizando o usuário no território onde ele vive.

 

Contato

epabmaua@gmail.com; simonia.gomes@gmail.com

 

 

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