Humanização

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Atividades de Apoio Ao Cuidador: Cuidando do Cuidador - Hospital Estadual de Ribeirão Preto

 

ATIVIDADES DE APOIO AO CUIDADOR - CUIDANDO DO CUIDADOR

 

 

Hospital Estadual de Ribeirão Preto

DRS XIII - Ribeirão Preto

 

 

Objetivo da experiência

O projeto tem como objetivo favorecer o reconhecimento de outros papéis além do papel de "cuidador"; permitir a expressão de necessidades cotidianas diante do enfrentamento da tarefa de cuidar; favorecer o desenvolvimento de habilidades para o enfrentamento do cotidiano alterado pela presença de familiar requer atenção diferenciada e especial; a reestruturação de rotina, com diversificação de atividades e descoberta de habilidades.

 

 

Público alvo

Cuidadores formais e informais que acompanham os pacientes no processo de reabilitação no Centro Integrado de Reabilitação.

 

Equipe envolvida

Docentes do Curso de Graduação de Terapia Ocupacional da FMRP - USP campus Ribeirão Preto, Equipe de Terapia Ocupacional do CIR e alunos de graduação do curso de Terapia Ocupacional (voluntários e bolsista do Programa Aprender com Cultura e Extensão - Pró Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo / PRC-USP).

 

Recursos utilizados

Os grupos ocorrem nas dependências do Centro Integrado de Reabilitação (casa adaptada, sala de espelhos e sala de grupos - de acordo com as atividades propostas). Coordenados pelos alunos de graduação bolsistas e voluntários do curso de Terapia Ocupacional da USP de Ribeirão Preto e supervisionados terapeutas ocupacionais contratados do serviço. Os materiais para realização das atividades são, em sua maioria, disponibilizados pelo serviço.

 

Interface com outras áreas e/ou serviços

Complexo HE-CIR; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

 

Breve histórico da experiência

O projeto de extensão universitária "Cuidando do Cuidador", homologado desde 2010 pelo Programa Aprender com Cultura e Extensão (Pró Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo / PRC-USP), foi proposto e é desenvolvido baseado em literatura que discute de forma extensa o impacto causado numa família pela necessidade de lidar com o adoecimento de um de seus membros. Para diminuir a sobrecarga do cuidador, promover um espaço de troca de experiências, a partir da realidade observada neste ambulatório de reabilitação, foi proposto pelo curso de graduação em Terapia Ocupacional através do LEPTOI - Laboratório de Ensino e Pesquisa em Terapia Ocupacional, Infância e Adolescência, um projeto de extensão universitária para dar suporte aos cuidadores. Inicialmente o projeto teve como público alvo pais/cuidadores de crianças e adolescentes com sequelas neurológicas, ortopédicas e/ou genéticas. Diante da demanda observada na sala de espera, o grupo foi aberto a cuidadores de quaisquer pessoas em atendimento no local.

 

Desenvolvimento da ação

Os bolsistas e voluntários passam por uma capacitação inicial (30 horas: aulas teóricas e oficinas), com temas como desenvolvimento humano; terapia ocupacional e áreas de ocupação; o papel de cuidador; dinâmica de grupos, grupos de discussão e grupos de atividades; atividades e recursos terapêuticos. Durante todo o desenvolvimento do projeto são ofertadas supervisões semanais, com todos os participantes e a coordenadora, para troca de informações, discussão das práticas e leitura e discussão de artigos científicos. As atividades do grupo de atenção ao cuidador são planejadas e registradas a partir de roteiros elaborados para garantir o registro formal e sistemático das atividades.

Atualmente acontecem 4 (quatro) grupos semanais. Seus horários são determinados no planejamento inicial do semestre e levam em consideração: número de pacientes em processo de reabilitação nas de fonoaudiologia, fisioterapia e/ou terapia ocupacional.

São fixados cartazes na sala de espera e corredores informando aos cuidadores dias e horários dos grupos, mesmo assim, ao menos um voluntário faz convite pessoalmente no início de cada grupo.

Devido aos diferentes horários de terapia, os grupos têm como característica ser um grupo aberto permitindo o livre transito dos participantes.

As atividades nele realizadas são definidas pelos próprios participantes com intermédio do Graduando de Terapia Ocupacional com supervisão direta de um terapeuta ocupacional do serviço.

 

Resultados alcançados

De acordo com relatos registrados em relatórios, a participação no projeto favoreceu a criação e apropriação de um espaço para ser cuidado e ouvido; permitiu repensar rotinas e papéis, compartilhar experiências, dificuldades e sucessos do cotidiano de cuidar. Ao reconhecer o grupo como espaço de socialização e experimentação de potencialidades individuais e coletivas, novas habilidades foram aprendidas e descobertas. Um ponto importante e recorrente nos depoimentos registrados é o reconhecimento da fragilidade que também possuem: o fato de serem cuidadores não significa que não precisam de cuidados.

Em termos de números, atualmente participam semanalmente cerca de 20 cuidadores, em quatro grupos na semana (dados coletados por aluna participante do grupo).

 

Há fragilidades, vulnerabilidades ou problemas específicos da experiência?

O principal problema relaciona a esta ação é a não contabilização dos atendimentos realizados aos cuidadores, uma vez que o sistema permite o registro dos atendimentos realizados aos usuários.

Uma vulnerabilidade é a dependência dos alunos de graduação para a manutenção dos grupos. Este fato está diretamente relacionado ao não registro dos participantes no sistema uma vez que os terapeutas contratados necessitam atingir metas relacionadas aos atendimentos clínicos.

 

Qual é o diferencial da experiência?  Por que é uma experiência inovadora?

Os grupos de Cuidador realizados no CIR promovem o empoderamento do espaço ambulatorial permitindo que seus usuários utilizem diversos espaços de acordo com a necessidade grupal diferentemente do apontado nos relatos extraídos de literaturas cientificas, os Grupos de Cuidadores são, em sua maioria, grupos pontuais (orientação), fechados (horários e participantes fixos) e utilizam um determinado espaço denominado setting terapêutico. O direcionamento e o foco principal do grupo no CIR são os próprios usuários, visto que o cuidador frequentemente não possui tempo para realizar atividades de sua livre escolha, como o lazer e apresentam baixas atividades sociais que podem desencadear o sentimento de solidão e isolamento.

 

A experiência tem ou pode ter algum desdobramento?

Está sendo estudada a possibilidade de encaminhamento destes cuidadores para inserção comunitária e práticas sociais, principalmente nos núcleos de saúde da família, dos membros dos grupos, fortalecendo as redes de suporte social fazendo com que eles encontrem na sociedade o suporte necessário para quando o paciente (sujeito cuidado) receber alta do processo de reabilitação. Além disto, existem possibilidades há serem discutidas com administração para que estes atendimentos sejam contabilizados no serviço.

 

Contato

madesouza@heribeirao.usp.br

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