Hospital Santa Tereza de Ribeirão Preto

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Sobre o hospital

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Histórico

 

A área onde se localiza hoje o Hospital Santa Teresa foi utilizada para diversas finalidades em diferentes períodos de tempo; sendo que para cada tipo de ocupação, foram efetivadas reformas e construções, modificações, intervenções e adequações para as diferentes finalidades destinadas aquela área.

 

O nome Santa Teresa refere-se a Estação Santa Teresa da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, inaugurada no século XIX, inicialmente, para atender o escoamento da produção do café da Fazenda Santa Teresa e adjacências. 

 

Datam de 1911 as primeiras iniciativas para a destinação daquela aérea para um uso institucional, ou seja, a instalação do Posto Zootécnico.

 

A área destinou-se ainda para a instalação do Patronato Agrícola, do 3º Batalhão, até que em 1944 foi instalado o Hospital.


 

Fazenda Santa Theresa

Fazenda de propriedade de Francisca Maria do Val. Com uma área de 1.300 alqueires, onde se encontravam plantados 800 mil pés de café,  alcançou uma média anual de produção café de 100 mil arrobas (média calculada entre os anos de 1905 e 1911). A fazenda era administrada por Theotonio Monteiro de Barros (administrador desde 1897, uma vez que sua proprietária Francisca do Val, residia na cidade de São Paulo, num palacete na Alameda dos Bambus). A fazenda possuía um vasto complexo para tratamento do café, que incluía um terreiro ladrilhado com uma área de 46 mil metros quadrados, um complexo de trilhos percorridos por "wagonetes" Decauville para levar o café até as tulhas, eletricidade, etc. A população operária da fazenda Santa Teresa contava com cerca de 1300 a 1500 pessoas (1/4 de origem espanhola e o restante italiana). O café era transportado até a Estação Santa Teresa da Cia. Mogiana, que ficava a ½ hora de percurso da sede da fazenda, por grandes carroções puxados por mulas e bois. (BOTELHO, Martinho. Brazil Magazine - Revista Periódica e Illustrada d'Arte e Actualidades, 1911).

 

Estação Santa Thereza

Segundo Zamboni (1993) a Estação foi inaugura em 15 de novembro de 1896 e integrava o aglomerado de linhas que constituíam a rede férrea da Cia Mogiana (total de 198 estações e 27 postos).

 

Posto Zootécnico

Na sessão da Câmara do dia 16 de março de 1911 o então Prefeito Municipal Joaquim Macedo de Bittencourt comunicou que estivera em Ribeirão Preto o Sr. Atnassof, enviado do Ministério da Agricultura, numa visita para estudar a possibilidade de instalar no município um Posto Zootecno Federal, para tanto necessitaria de uma área de 60 alqueires. Como resultado desta visita, o prefeito autorizou o Sr. Saturnido Correa de Carvalho proceder a estudo para um terreno adequado, onde pudesse se dar a instalação do posto.

Na sessão da Câmara Municipal, do dia 15 de maio de 1911, foi comunicado que o Sr. Atanassof procedeu a visitas em várias propriedades no município, entre elas o sítio de propriedade de Américo Baptista da Costa. O proprietário do sítio, disposto a vendê-lo, solicitou a quantia de 45 contos de réis, mas chegaria a um acordo com a Câmara para vender a propriedade por 40 contos de réis.

A Câmara autorizou o prefeito a realizar a compra na sessão do dia 16 de maio de 1911, sendo que após a efetivação da compra o prefeito deveria proceder a doação do terreno à União, ficando essa com o encargo de construir as edificações necessárias para a instalação do Posto Zootécnico.

A propriedade de Américo Baptista da Costa e sua mulher Francisca Isordina de Moraes; Antônio Ignácio da Costa e sua mulher Maria da Glória Ramos da Costa, denominada de Sítio Cafezal (da fazenda do Retiro), com uma área de aproximadamente 48 e meio alqueires, possuindo edificações, cafezais, outra cultura, pastos e matas, foi adquirida pela Câmara Municipal em junho de 1911.

Para a instalação do Posto Zootécnico foram construídas diversas casas para residência de funcionários, cocheiras, estábulos, mangueiras, paiol, depósito de forragem, alojamento de veículos, etc.

Segundo Guimarães (2001) as obras custaram ao governo federal cerca de 4.000 contos de réis. O Posto Zootécnico era equipado com máquinas para beneficiar café, instrumentos para cultivo da terra, mobiliário, animais de tiro e reprodutores. Em 11 de junho de 1917 a União dos Estados do Brasil passou o imóvel para a Municipalidade de Ribeirão Preto.

 

Patronato Agrícola

Em 1920 foi discutida pela Câmara a proposta do Prefeito João Rodrigues Guião para cessão do Posto Zootécnico à União, mediante compensações, para naquele local ser instalado uma escola profissional ou instituto correcional; foi então instalado o Patronato Agrícola Regente Feijó. 

Em 1925, segundo Guimarães (2001), o governo federal investiu no antigo Posto Zootécnico cerca de 800 contos de réis para a instalação do Patronato Agrícola, destinado ao abrigo e atividades educacionais para menores.

 

Em 1935 foi realizada uma avaliação dos imóveis do posto experimental de criação, denominado de Patronato Agrícola Regente Feijó, para instalação naquele local de um Manicômio. A documentação (estudos, plantas, etc.), foi encaminhada pelo então Prefeito Municipal Ricardo Guimarães Sobrinho para o Chefe do Serviço de Ergotherapia da Assistência Geral a Psicopatas do Estado de São Paulo, Sr. Ralph Pompeu de Camargo. 

 

(Fonte: Pasta 602 -Catálogo; Fundo PM, Grupo Saúde, subgrupo Processos, Dossiê Manicômio Santa Teresa - Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto). 

 

Hospital Santa Teresa

Segundo Guimarães (2001) em 1937 foi decretada (decreto nº 5610, de 29/novembro/1937) a criação do Hospital de Psycopatas de Ribeirão Preto, a ser instalado na área ocupada pelo Patronato Agrícola de Ribeirão Preto,  com a inauguração programada para o ano seguinte. O decreto previa reformas para a instalação do hospital; as edificações existentes chegaram a sofrer reformas e adaptações, bem como foram construídos novos pavilhões cujo custo das obras, empreendidas pelo governo estadual (interventor Adhemar de Barros) chegaram a 1.400 contos de réis. Todavia, os materiais foram retirados e, em 30 de dezembro de 1940, através do decreto nº 11.688 (revogando a instalação), a idéia da instalação de um hospital regional de insanos naquele local foi abandonada. Naquela área foi então instalado o quartel do 3º Batalhão da Força Pública, que estava em vias de ser transferido para as cidades de Batatais ou Franca.

Ainda segundo Guimarães (2001), a certidão de nascimento do Hospital Santa Teresa foi um telegrama datado de 29/fevereiro/1944 enviado à Estação Santa Teresa da Cia. Mogiana, "[...] comunicando a transferência de 20 internados do sexo masculino do Hospício de Juqueri para o Hospital de Insanos de Ribeirão Preto." (GUIMARÃES, 2001, p. 21).

Assim, segundo Guimarães (2001), finalmente em 1944, foi criado o Hospital de Insanos, conhecido como Hospital Santa Teresa, pelo Interventor Federal do Estado de São Paulo (governador) Adhemar de Barros.

 

Referências

GUIÃO, João Rodrigues. O Município e a Cidade de Ribeirão Preto na Comemoração do 1º Centenário da Independência Nacional, Almanaque, 1923.

CIONE, Rubem. História de Ribeirão Preto, Vol II, Ribeirão Preto: Legis Summa, 1992.

GUIMARÃES, Jacileide. Sobre a criação do Hospital Santa Teresa de Ribeirão Preto: outras raízes de uma história. 2001, Dissertação (Mestrado em Enfermagem Psiquiátrica), Departamento de Enfermagem Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2001.

BOTELHO, Martinho. Brazil Magazine - Revista Periodica e Illustrada d`Arte e Actualidades, 1911.

ZAMBONI, Maria Célia. A Mogiana e o Café - Contribuições para a História da Estrada de Ferro Mogiana. 2001, Dissertação (Mestrado em História), Faculdade de História, Direito e Serviço Social, UNESP-Franca, Franca, 1993.

 

 

 

 

Endereço: Avenida Adelmo Perdizza, 495 (Alto da Boa Vista). 14026-390 Ribeirao Preto, São Paulo SP

 

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