Corte tardio do cordão umbilical pode ser ¿vacina¿ contra anemia
Estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, por
meio do Instituto de Saúde, aponta que crianças que tiveram o
clampeamento (corte) do cordão umbilical ao menos um minuto após o
nascimento possuem nível de ferritina superior àquelas que tiveram o
cordão cortado imediatamente ao nascer, reduzindo o risco de desenvolver
anemia no primeiro ano de vida.
O estudo levou em consideração
casos de 224 crianças de uma maternidade da Zona Sul da Capital nascidas
de abril de 2006 a março de 2007.
Dessas, 115 tiveram
clampeamento tardio (cerca de um minuto após o parto) e 109 tiveram o
cordão umbilical cortado logo após o nascimento. A taxa de ferritina
encontrada nas crianças com clampeamento tardio foi de 123,15 nanogramas
por ml de sangue contra 105,5 nanogramas por ml de sangue nas demais
crianças.
Os bebês foram avaliados aos três e seis meses de vida
quanto aos níveis de ferritina (estoque de ferro) e hemoglobina. Os
níveis de ferritina na criança são fortemente influenciados pelo volume
corpóreo total de ferro ao nascimento.
As práticas obstétricas,
principalmente no momento do clampeamento do cordão umbilical, podem
afetar o volume de sangue transferido da placenta para o recém-nascido
e, conseqüentemente, o volume total de ferro.
"O principal
objetivo do estudo é mostrar que aguardar apenas um minuto antes de
cortar o cordão umbilical pode ajudar posteriormente na saúde do bebê e
esse tempo não vai afetar nem a mãe nem a criança", avalia Sônia
Venâncio, coordenadora do estudo.
A anemia infantil pode
provocar diminuição da capacidade cognitiva, distúrbios comportamentais,
falta de memória, baixa concentração mental, déficit de crescimento,
diminuição da força muscular e da atividade física, além de uma
pré-disposição a doenças infecciosas.