sobre leptospirose


LEPTOSPIROSE
CID 10: A27.9

É uma doença infecciosa febril de início abrupto, causada pela bactéria Leptospira, cujo espectrobactéria leptospira pode variar desde um processo inaparente até formas graves. Trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica, por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também por sua letalidade que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos.

Manifestações clínicas

A leptospirose humana apresenta manifestações clínicas muito variáveis, com diferentes graus de severidade. As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves associados a manifestações fulminantes. Didaticamente, as apresentações clínicas da leptospirose foram divididas considerando-se as fases evolutivas da doença: fase precoce (fase leptospirêmica) e fase tardia (fase imune).

A fase precoce da doença é caracterizada pela instalação abrupta de febre, comumente acompanhada de cefaléia e mialgia e, frequentemente, não pode ser diferenciada de outras causas de doenças febris agudas. Em aproximadamente 15% dos pacientes, a leptospirose progride para a fase tardia da doença, que é associada com manifestações mais graves e potencialmente letais.

Tratamento

Antibioticoterapia

A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença. Os antibióticos utilizados, as vias de administração e o tempo de duração do tratamento dependem da fase da doença. Além de repouso, uso de sintomáticos e hidratação adequada, são de grande relevância no atendimento de todos os casos as medidas terapêuticas de suporte, que devem ser iniciadas precocemente, com o objetivo de evitar complicações e óbito.

Notificação do caso: a leptospirose é uma doença de notificação compulsória no Brasil e no Estado de São Paulo. Tanto a ocorrência de casos suspeitos isolados como a de surtos deve ser notificada, o mais rapidamente possível, para o desencadeamento das ações de vigilância epidemiológica e controle.

Definição de Caso Suspeito

Indivíduo com febre, cefaléia e mialgia que atenda a, pelo menos, um dos seguintes critérios:

Critério 1

Presença de antecedentes epidemiológicos sugestivos nos 30 dias anteriores à data de início dos sintomas, como:

• exposição a enchentes, alagamentos, lama ou coleções hídricas;
• exposição a fossas, esgoto, lixo e entulho;
• atividades que envolvam risco ocupacional como coleta de lixo, catador de material para reciclagem, limpeza de córregos, trabalho em água ou esgoto, manejo de animais, agricultura em áreas alagadas;
• vínculo epidemiológico com um caso confirmado por critério laboratorial;
• residir ou trabalhar em áreas de risco para a leptospirose.

Critério 2

Apresente, pelo menos, um dos seguintes sinais ou sintomas:
• sufusão conjuntival;
• sinais de insuficiência renal aguda;
• icterícia e/ou aumento de bilirrubinas;
• fenômeno hemorrágico.