Doença tem fama de ser branda, mas pode causar parada respiratória e complicações nos rins, alerta especialista do Instituto Emílio Ribas

 

O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, unidade da Secretaria de Estado da Saúde referência nacional em doenças infectocontagiosas, faz um alerta sobre os quatro erros mais comuns que podem expor as pessoas à leptospirose durante os meses mais chuvosos do ano.
 

Conforme dados do Centro de Vigilância Epidemiológica da pasta, em 2015 uma pessoa contraiu a doença a cada 16 horas, em média, no Estado de São Paulo. No total, foram 522 casos notificados.
 

O infectologista Ralcyon Teixeira, que supervisiona o pronto-socorro do Emílio Ribas, afirma que a leptospirose é uma doença febril aguda, que é causada por bactérias que podem estar presentes na urina do rato.
 

O paciente é infectado, normalmente, após o contato direto da pele com a urina contaminada do rato trazida pelas águas das enxurradas e inundações. Os sintomas costumam aparecer entre sete e 14 dias após a exposição.
 

Os primeiros sintomas são febre intensa, dor no corpo e redução na quantidade de urina, além de boca e olhos amarelados. O tratamento pode evoluir muito bem, especialmente, quando o paciente é medicado de forma rápida. "Ao mesmo tempo, sempre dizemos que a leptospirose exige mais atenção do que as pessoas costumam dar, pois ela também pode causar complicações gravíssimas, como o comprometimento da coagulação, que prejudica o funcionamento dos rins e traz sangramentos prejudiciais ao funcionamento do sistema respiratório", afirma o médico.

 

Os quatro erros que não se deve cometer nas estações chuvosas

 

1. Ter pressa em dias de chuva forte

Nunca  entre em contato com a água das enxurradas, poças e inundações, pois elas podem carregar a urina infectada dos roedores e contaminar você. Caso esteja na rua durante uma tempestade, por exemplo, prefira sempre esperar. Pare em um lugar seco até que o volume das águas se reduza.

 

2. Deixar as crianças brincarem com a água suja

Crianças não devem brincar jamais com a aparentemente "inocente" água suja das poças e inundações. O risco de exposição à leptospirose é imenso.

 

3. Não se proteger

Caso você tenha sido vítima de uma inundação, a limpeza de carros ou casas só deve ser feita quando a água abaixar e sempre com o uso de protetores como luvas e botas impermeáveis.

 

4. Ter sintomas e não procurar o médico

Se tiver sintomas sugestivos de leptospirose, procure o quanto antes atendimento médico. Existe hoje disponível uma profilaxia contra a leptospirose. São antibióticos que conseguem inibir a progressão da doença.