AVC faz mais de 100 vítimas por dia em SP
Pacientes com idades entre 30 e 49 anos responderam por 14% das internações em 2010, aponta levantamento da Secretaria de Estado da Saúde
Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde aponta que, em média, 106
pessoas são internadas por dia em hospitais públicos do Estado de São
Paulo com AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou AVE (Acidente Vascular
Encefálico). Em 2010 houve 38,9 mil internações por AVC no SUS (Sistema
Único de Saúde) paulista, número acima das 36,1 mil registradas no ano
anterior.
Pacientes com mais de 70 anos são os mais acometidos pela doença em todo
o Estado, com 15,9 mil internações em 2010. A segunda faixa etária com
mais hospitalizações é a de 50 a 59 anos, com 7,3 mil registros. Já as
pessoas entre 30 e 49 anos responderam por 5,5 mil internações em 2010.
Segundo Reinaldo Teixeira Ribeiro, neurologista do AME (Ambulatório
Médico de Especialidades) "Dr. Luiz Roberto Barradas Barata", em
Heliópolis, zona sul da capital paulista, as principais causas para a
ocorrência de derrames são hipertensão arterial sistêmica (conhecida
popularmente como pressão alta), diabetes mellitus (níveis altos de
açúcar no sangue), dislipidemias (coleterol e triglicerídeos altos),
tabagismo, obesidade, sedentarismo e estresse.
Além disso, o especialista ressalta que os principais fatores de risco,
que costumavam aparecer apenas em pessoas acima de 40 anos, estão se
manifestando cada vez mais cedo. "O estilo de vida urbano atual favorece
com que as pessoas sejam estressadas, sedentárias, consumam alimentos
ricos em gorduras, fiquem acima do peso e desenvolvam pressão alta e
diabetes antes do que acontecia antigamente", afirma Ribeiro.
Para o neurologista, um estilo de vida mais saudável com a redução do
estresse, prática regular de atividades físicas e alimentação balanceada
podem evitar com que fatores de risco como a pressão alta e o diabetes
apareçam.
O médico afirma ser importante também que a população saiba reconhecer
os sinais da doença para que haja socorro imediato, fator que favorece o
tratamento. "Deve-se suspeitar que a pessoa esteja sofrendo um acidente
vascular cerebral ou encefálico quando, de repente, ela fique com a boa
torta para um lado; com um braço e/ou um perna dormentes, pesados,
difíceis de levantar, e dificuldade para falar", diz Ribeiro.