Vigilância Epidemiológica da Influenza  - Brasil

O Sistema de Vigilância da Influenza está implantado em 31 unidades sentinela, a maioria delas localizada nas capitais de quinze estados das cinco regiões brasileiras, com previsão de implantação ou reimplantação, em 2005, em outros sete estados (Figura 1).

No período de 2000 a 2004, foram coletadas 2.887 amostras de secreção nasofarigeana, das quais 423 (14,7%) foram positivas para influenza. Dessas, 345 (81,7%) foram identificadas como Influenza A e 78 (18,4%) como Influenza B. Outros vírus identificados neste período foram: Vírus Sincicial Respiratório (26,7%), Adenovírus (17%) e Parainfluenza (16,3%).

Em 2004, do total de atendimentos nas unidades sentinelas, 17,7% apresentaram síndrome gripal (199.046/1.121.765) (Figura 2). Foram analisadas 1.834 amostras de secreção de nasofaringe com identificação para vírus respiratório em 453 (24,7%) amostras. Dessas, 188 (41,5%) foram positivas para influenza, das quais 164 (87,2%) influenza A e 24 (12,8%) influenza B (Figura 3). Outros vírus identificados neste período foram o vírus sincicial respiratório (27,4%), o adenovírus (24,1%) e o parainfluenza (7,1%) (Figura 4). Quanto à caracterização antigênica dos vírus influenza que circularam no Brasil no ano de 2004, foram identificados FLUA/Fujian/411/02 e FLUA/Korea/770/2002, sendo que essa última é antigenicamente semelhante à anterior. Ressalta-se que as cepas identificadas no país têm feito parte da composição das vacinas contra influenza utilizadas no hemisfério sul desde 1999. Foram notificados no Brasil, em 2004, onze surtos de síndrome gripal, distribuídos nas regiões Norte (Amazonas), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Nesses surtos, a média de pessoas acometidas foi de 22,4%, variando de 3,5% em um abatedouro de aves a 48% em um asilo. As cepas
identificadas nos surtos foram iguais as identificadas nas unidades sentinelas (Figura 5).

No primeiro e segundo trimestres de 2004 observou-se uma maior identificação e notificação de surtos de síndrome gripal no Brasil, quando comparado aos anos anteriores. Entre as hipóteses levantadas, incluem a introdução no Brasil da cepa FLU A/Fujian/411/02 em período anterior a campanha vacinal e à maior sensibilidade dos profissionais de saúde para a notificação de surtos dessa natureza. Isto é o resultado das ações de vigilância e controle da Influenza que vêm sendo desenvolvidas no País nos últimos anos, que passaram a dar maior visibilidade a esse importante
problema de saúde pública.


Disponível: http://portal.saude.gov.br/portal/svs/visualizar_texto.cfm?idtxt=21808

 

figura 1

 

figura 2

 

figura 3

 

figura 4

 

figura 5