sobre acidentes por animais peçonhentos


ACIDENTES POR ANIMAIS AQUÁTICOS
CID 10 : 

peixesINTRODUÇÃO

A ocorrência de acidentes por animais aquáticos no mundo é esporádica e sem sequencia. Os principais animais causadores de acidentes e as características clínicas só recentemente vêm recebendo maior atenção, o que possibilita maior possibilidade de se estabelecer mais efetivas medidas terapêuticas.

 

BIOLOGIA/AÇÕES DOS VENENOS

ESPONJAS

O primeiro grupo de animais potencialmente capazes de causarem acidentes são as esponjas (marinhas e fluviais). As esponjas são animais simples, por vezes com apenas uma estrutura corporal oca, para filtrar alimentos.

CNIDÁRIOS

Os cnidários são animais de aspecto gelatinoso, de vida livre ou não, que apresentam tentáculos portadores de cnidócitos, células de defesa portadoras de nematocistos. Estes são organelas de defesa que disparam por osmose ou por pressão, injetando veneno profundamente na pele da vítima.

MOLUSCOS

Os moluscos são animais marinhos que se protegem em conchas ou tem vida livre. Alguns são peçonhentos e podem causar a morte em humanos, como os polvos do gênero Hapalochlaena (polvo dos anéis azuis) e gastrópodas do gênero Conus. Polvos comuns (Octopus sp) também produzem neurotoxinas e as várias espécies de Conus presentes no Brasil estão sendo estudadas, mas todas são carnívoras e utilizam conotoxinas para a caça, embora não se saiba a potência ou as conseqüências destes venenos para os seres humanos.

CRUSTÁCEOS

Os crustáceos são animais de vida livre que apresentam uma carapaça quitinosa de proteção. São os camarões, siris, caranguejos e lagostas. Embora existam relatos de acidentes por ingestão destes animais, nenhum deles apresenta capacidade de produzir e injetar veneno nas vítimas.

EQUINODERMOS

Os equinodermos são animais pertencentes à três classes e que podem causar envenenamentos em humanos. As estrelas-do-mar não têm representantes peçonhentos em águas brasileiras, assim como os pepinos-do-mar.

PEIXES PEÇONHENTOS

Os peixes podem ser cartilaginosos ou ósseos. Os peixes cartilaginosos são as arraias e tubarões. As arraias existem nos ambientes marinhos de todo o mundo, com vários gêneros portadores de ferrões presentes nas águas brasileiras (Dasyatis sp ou arraia-lixa Aetobatus narinari – arraia-pintada - , Rhinoptera sp – arraia-ticonha ou focinho-de-boi, Gimnura sp – arraia-manteiga ou borboleta, Miliobatis sp – arraia-sapo). Estes peixes podem apresentar até quatro ferrões serrilhados na cauda, recobertos por um epitélio venenoso, de efeito neurotóxico e proteolítico. Existe um gênero de tubarão venenoso (Squalus, o cação-bagre), que porta duas espículas recobertas de epitélio glandular, cujos efeitos são semelhantes aos das arraias, porém de menor intensidade.

Os peixes venenosos encontrados nos rios e lagos brasileiros são os bagres e as arraias. Os bagres pertencem à família Pimelodidade, apresentando uma enorme variação de gêneros e espécies. Os mais importantes são dos gêneros Pimelodus (Pimelodus maculatus, o mandijuba) e Pimelodella (os mandis-chorões), ambos portadores de um aparato venenoso semelhante ao dos bagres marinhos e cujo veneno tem efeitos semelhantes.

QUADRO CLÍNICO

ESPONJAS

Causam quadros tóxicos e irritativos de aspecto eczematoso e intensa sintomatologia (ardência e dor), que persistem por alguns dias. Esponjas fluviais (cauxi) liberam grandes quantidades de espículas na água, originando as lagoas de coceira, sendo comum no cerrado e na região amazônica. O cauxi pode causar quadros irritativos generalizados e até cegueira.

CNIDÁRIOS

O quadro clínico dos acidentes por cnidários é típico, com aparecimento logo após o contato com o animal de placas eritematosas lineares ou arredondadas e dor intensa, característica do acidente. As lesões iniciais podem se tornar hipercrômicas e serem confundidas com fitofotomelanoses. Pode haver alergia respiratória e cutânea em acidentes seriados (fenômenos asmatiformes, urticária, etc.).

MOLUSCOS

O envenenamento por Conus causa paralisia muscular progressiva, com comprometimento da respiração e de outras funções vitais, podendo causar a morte.

EQUINODERMOS

Os ouriços-do-mar apresentam toxinas que causam dor intensa e inflamação local nas espículas (Diadema) ou nas pedicelárias ou órgãos ambulacrais (Echinometra lucunter - ouriço-do-mar preto - , Lythechinus variegatus, Arbaxia lixula). O envenenamento é raro, pois exige um contato prolongado com as pedicelárias do animal (com exceção do gênero Diadema), havendo a penetração e fratura das espículas na região plantar das vítimas (banhistas).

VERTEBRADOS MARINHOS

Peixes Peçonhentos

 

Todos os peixes brasileiros tem veneno neurotóxico (dor) e proteolítico (necrose cutânea), com maior ou menor intensidade destes efeitos.

Os acidentes por bagres e niquins são os mais comuns, especialmente bagres, e são de menor gravidade, embora apresentem necrose e dor importante, raramente tem sintomatologia sistêmica.

COMPLICAÇÕES

Os acidentes por animais peçonhentos aquáticos têm complicações diversas. As mais comuns são fenômenos alérgicos diversos em contatos com cnidários, retenção de fragmentos de espículas e infecções ou granulomas de corpo estranho em acidentes por ouriços-do-mar, infecções bacterianas e fúngicas e permanência de fragmentos de ferrões e espículas em acidentes por peixes.

EXAMES LABORATORIAIS

Não existem exames laboratoriais empregados no diagnóstico dos acidentes.

TRATAMENTO

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animais aquáticos  

    

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