sobre acidentes por animais peçonhentos


ACIDENTES POR ABELHAS E VESPAS

Características anatômicas do grupo

As abelhas e vespas apresentam o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. As vespas diferem das abelhas principalmente por apresentarem o abdome mais afilado e entre o tórax e o abdome uma estrutura relativamente alongada, chamada pedicelo e popularmente conhecida como “cintura”. As abelhas possuem pelos ramificados ou plumosos, principalmente na região da cabeça e tórax, e os outros himenópteros possuem pelos simples.

O ferrão dos Aculeata apresenta-se dividido em duas partes, sendo uma formada por uma estrutura muscular e quitinosa, responsável pela introdução do ferrão e do veneno e outra parte glandular, que secreta e armazena o veneno. A glândula de veneno dos Aculeata pode apresentar muitas variações, mas geralmente é constituída por dois filamentos excretores, um reservatório de veneno e um canal que liga o reservatório ao ferrão.

Quanto ao padrão de utilização do aparelho de ferroar, os Aculeata podem ser divididos em dois grupos: espécies que apresentam autotomia (auto-amputação), ou seja, quando ferroam perdem o ferrão, e espécies que não apresentam autotomia. As que possuem autotomia, geralmente injetam maior quantidade de veneno e morrem após a ferroada pela perda do aparelho de ferroar e parte das estruturas do abdome. Nas espécies sem autotomia, o aparelho de ferroar pode ser utilizado várias vezes.

Ações dos venenos

O aparelho inoculador dos himenópteros sociais exerce um papel essencial no mecanismo de defesa de suas colônias. A picada consiste na injeção de veneno com objetivo de causar dor e desconforto físico a seus agressores ou intrusos, percebidos como ameaça à integridade de seus ninhos. Esses venenos são misturas complexas de aminas biogênicas, peptídeos e enzimas, com diversas atividades farmacológicas e alergênicas.

Toxicidade

Nos quadros de envenenamento por múltiplas picadas de himenópteros, os mecanismos fisiopatológicos e as alterações orgânicas observadas são aquelas produzidas pela ação tóxica dos componentes dos venenos.

Quadro clínico

Classicamente, as manifestações clínicas decorrentes de picadas por himenópteros são classificadas em reações tóxicas, atribuídas à ação farmacológica dos componentes do veneno, e em reações alérgicas, nas quais mecanismos alérgicos de hipersensibilidade estão envolvidos.

Diagnóstico

O diagnóstico dos acidentes provocados por insetos himenópteros é feito basicamente através da história clínica. Embora nem sempre o paciente consiga identificar o inseto agressor, no caso das abelhas do gênero Apis, em particular, o diagnóstico entomológico pode ser facilitado pela presença de aguilhões ou ferrões na pele da vítima. Algumas vespas, no entanto, também podem deixar os ferrões.

Já o diagnóstico das reações alérgicas é estabelecido também através da história clínica na qual o paciente refere edema intenso no sítio da picada (reação local extensa), ou sintomatologia sugestiva de reação alérgica sistêmica.

Tratamento

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