Instituto de Saúde

A A A Tamanho do texto

Pesquisador do Instituto de Saúde vê software livre como alternativa de baixo custo para a saúde

Mais da metade dos sistemas operacionais hoje em funcionamento no mundo possuem a marca Microsoft. O sistema Windows e vários outros produtos da empresa, como o processador de textos Word ou a planilha eletrônica Excel, viraram sinônimos das funções que desempenham, deixando de lado diversos produtos atuantes no mercado e criando um monopólio global. Uma das alternativas pouco consideradas é a dos softwares livres, que são de baixo custo (chegando a ser, em alguns casos, gratuitos) e permitem a intervenção do próprio usuário em seu funcionamento.

 

Carlos Tato Cortizo, pesquisador do Instituto de Saúde e mestre em saúde pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP, estudou, em 2007, o uso do Software Livre em unidades básicas de saúde de dois municípios: São Paulo e Campinas. Carlos Tato pesquisou os sistemas de agendamento utilizados pelas unidades básicas de saúde das duas cidades, sendo que em Campinas havia a predominância no uso de programas que permitem a alteração no código.

 

Segundo o pesquisador, o uso de aplicativos livres em redes de saúde pública significa uma série de vantagens para a área, entre as quais estão os menores custos e a maiores níveis de segurança para os usuários.

 

"Grande parte dos municípios brasileiros são extremamente dependentes da União para se manter economicamente. Parte do dinheiro desses municípios, que poderia estar sendo investido em saúde, educação, transportes, está sendo aplicada no financiamento de softwares proprietários. Os serviços desses softwares podem ser utilizados em dispositivos que desempenham a mesma função, mas que requerem menos investimentos, ou mesmo nenhum", afirma Cortizo.

 

O pesquisador considera que existem aspectos vantajosos na utilização de programas proprietários, como maior quantidade de usuários capacitados e o suporte técnico das empresas fabricantes. Entretanto, vê nos aplicativos livres mais vantagens, tais como autonomia em relação aos produtores e maior adaptação aos computadores da rede pública.

 

A maior dificuldade para implantação dos programas livres é o pouco conhecimento, tanto técnico como informativo, sobre esses softwares. "Poucas pessoas sabem que existe a opção de softwares livres. Pior ainda é situação referente ao manuseio desses aplicativos, visto que são poucos os usuários que sabem lidar com essas ferramentas", conclui Cortizo.

 

O trabalho do pesquisador, intitulado "Software Livre: uma alternativa tecnológica para os sistemas de informação e informática na atenção básica do SUS", será apresentado no 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o Abrascão 2015, que acontece entre os dias 28 de julho e primeiro de agosto, em Goiânia.

 

Núcleo de Comunicação Técnico-Científico    

Comunicar Erro




Enviar por E-mail






Colabore


Obrigado