Um estudo desenvolvido por pesquisadoras do Instituto de Saúde analisou o cuidado a pacientes hipertensos e diabéticos atendidos em ambulatórios de especialidades dos municípios de São José dos Campos, Guaratinguetá, Caraguatatuba e Taubaté. O estudo buscou evidenciar a qualidade do atendimento a essas pessoas, envolvendo critérios como tempo de espera para consulta, acesso a medicamentos, atendimento domiciliar etc.

 

"Escolhemos a região de Taubaté para ser base da nossa pesquisa pois lá os índices de mortalidade por doenças cardiovasculares estavam acima da média do Estado. Além disso, essa região foi priorizada pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SES-SP) para a avaliação", afirma Sonia Venancio, vice-diretora do Instituto de Saúde e coordenadora do estudo.

 

Para produzir o trabalho, foram entrevistados 417 pacientes que aguardavam consulta com especialistas em ambulatórios de média complexidade. Entre os números levantados, identificou-se que menos de 30% dos pacientes recebiam visita domiciliar e, entre os diabéticos, apenas 63% tinha acesso a medicamentos. O estudo mostrou também que o tempo de espera para consultas com especialistas era, em média, 76,2 dias.

 

"O conjunto das informações levantadas mostra que é necessário qualificar o atendimento aos hipertensos e diabéticos na Atenção Básica. É preciso repensar as estratégias de implantação das linhas de cuidado. Elaborar manuais e capacitar profissionais não têm mostrado os resultados esperados. O caminho talvez esteja em mobilizar os gestores nas regiões de saúde e inserir as linhas de cuidado nos processos de educação permanente em saúde", diz Venancio.

 

O trabalho, intitulado "Organização do cuidado a pacientes hipertensos/diabéticos em uma região de saúde do estado de São Paulo", tem como autores, além de Sonia, Teresa Etsuko da Costa Rosa e Ana Aparecida Sanches Bersusa, e será apresentado no 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o Abrascão 2015, que acontece entre os dias 28 de julho e primeiro de agosto, em Goiânia.
 

Núcleo de Comunicação Técnico-Científico