A Rede Amamenta Brasil (RAM) foi implantada no segundo semestre de 2007 pelo Ministério da Saúde com o objetivo de aumentar os índices de amamentação no país a partir da circulação e troca de informações entre os diversos atores, capacitando os profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para que se tornem agentes de mudança no ensino e aprendizagem do aleitamento materno.

 

Um grupo de pesquisadores analisou os efeitos da implantação dessa estratégia em três municípios: Dourados, no Mato Grosso do Sul; Ribeirão Preto, em São Paulo; e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. "A escolha dos municípios baseou-se no contexto em que a Rede estava inserida. Assim, buscamos avaliar a efetividade da estratégia em cidades com diferentes realidades e momentos de implantação da Rede Amamenta Brasil", afirma Sonia Venancio, vice-diretora do Instituto de Saúde e coordenadora da pesquisa.

 

O trabalho abrangeu 56 UBS, das quais 22 eram certificadas pela RAM. Ao todo, foram coletados dados de 563 mães de crianças menores de seis meses. Nas UBS certificadas, a porcentagem de crianças que se alimentavam apenas de leite materno era 44%, contra apenas 28% nas não certificadas.

 

Para Venancio, os números mostram a eficácia da implantação da Rede. Todavia, pondera que "um aspecto negativo encontrado durante o estudo foi que muitas UBS não estavam cumprindo os critérios de certificação da Rede Amamenta Brasil".  

 

O trabalho, intitulado "Efetividade de uma estratégia de promoção da amamentação na atenção básica", tem como autores, além de Sonia, Elsa Regina Justo Giugliani (UFRGS); Osvaldinete Lopes de Oliveira Silva (UFMS); Márcia Cristina Guerreiro dos Reis (SMS-Ribeirão Preto/SP); Juliana Stefanello (USP/Ribeirão Preto); Roberto Mario Silveira Issler (UFRGS); Lilian Córdova Espírito Santo (UFRGS); Maria Helena D¿Aquino Benicio (FSP/USP); Maria Regina Alves Cardoso (FSP/USP) e Gabriela Sintra Rios (IS/SES-SP), e será apresentado no 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o Abrascão 2015, que acontece entre os dias 28 de julho e primeiro de agosto, em Goiânia.

O trabalho foi financiado pela Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.

 

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