Humanização

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Qualificação e Monitoramento do Contato Pele a Pele entre Recém Nascido e Puérpera no Hospital Estadual de Diadema

QUALIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DO CONTATO PELE A PELE ENTRE RECÉM NASCIDO E PUÉRPERA NO HOSPITAL ESTADUAL DE DIADEMA

 

 

Hospital Estadual de Diadema

DRS I - Grande São Paulo

 

O serviço materno infantil do Hospital Estadual de Diadema - HED, a partir da implantação do Centro de Parto Normal em Dezembro de 2014, com 02 quartos PPP, pôde implementar e monitorar a prática do contato pele a pele entre recém nascido (RN) e puérpera, bem como qualificar os indicadores, alinhados às boas práticas do parto e nascimento da Rede Cegonha.

A incorporação das boas práticas de atenção ao parto e nascimento pelos serviços de maternidade e neonatologia, contribuem no impacto da redução da morbimortalidade materna e neonatal (Pesquisa Nascer no Brasil, ENSP, 2011). 

O HED é referência de parto de alto risco para a região do Grande ABC. Possui 34 (trinta e quatro) leitos obstétricos, 18 (dezoito) leitos de UTI adulto, 10 (dez) leitos de UTI neonatal e 15 (quinze) leitos de UCINCO (Unidade de cuidado Intermediário Neonatal Convencional), de acordo com a revisão do plano de ação regional da Rede Cegonha de 2013.

 

Objetivo da experiência

Qualificar e promover o cuidado ao recém-nascido e puérpera de acordo com as boas práticas do parto e nascimento e atenção integral à saúde.

 

Público alvo

Recém Nascidos, puérperas e acompanhantes.

 

Equipe envolvida

Coordenadores da Obstetrícia e Neonatologia, Diretor Técnico, Articuladora de Humanização, Gerência de Qualidade, Coordenadora de Enfermagem, Enfermeira da neonatologia e maternidade, Grupo de Trabalho em Humanização.

 

Recursos utilizados

- Acolhimento com classificação de risco

- Avaliação médica

- Sala de medicação e cardiotoco

- 8 leitos para gestantes (2 quartos com 4 leitos cada com régua de gases, cada um com um banheiro com chuveiro)

- 2 quartos  PPPs com banheiros com chuveiro, cama de parto, régua de gases, berço aquecido, balança, baby puff, incubadora de transporte, cavalinho e bola para condução do parto.

 

Interface com outras áreas e/ou serviços

Time Materno Infantil: Coordenadores da Obstetrícia e Neonatologia, Enfermeira Clínica de Obstetrícia e Neonatologia, Diretoria Médica e de Enfermagem e Gerente Administrativa.

 

Breve histórico da experiência

O Hospital Estadual de Diadema é um hospital da Secretaria Estadual de Saúde de SP, sendo gerenciado por uma Organização Social de Saúde ¿ SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento para a Medicina).

A gestão da qualidade do HED é reconhecida pelas diversas certificações de qualidade recebidas, estando entre os primeiros hospitais públicos do Brasil a receber as certificações de excelência pela Organização Nacional de Acreditação e entre os primeiros hospitais públicos do Brasil a receber a certificação internacional pelo Programa Internacional de Certificação ¿ Accreditation Canada.

Apresenta perfil cirúrgico e obstétrico com capacidade para 266 leitos. Possui 7 salas cirúrgicas e 1 sala de parto operatório e 2 quartos PPP (Pré-parto, Parto e Puerpério) implantados e 1 a ser implantado.

O nº de partos normais ocorridos no Hospital Estadual de Diadema em 2014 girou em torno de 69% e em 2015 em torno de 67%, sendo bastante relevante a implementação do contato pele a pele para os casos de partos normais que estejam em condições de se beneficiar do mesmo.

 

Desenvolvimento da ação

A proposta de intervenção foi construída a partir da análise de cenário, viabilidade de um dos espaços de atuação do Articulador de Humanização e de reunião interna do time materno infantil do Hospital Estadual de Diadema.

 A equipe do Hospital escolheu como prioridade para o projeto a qualificação e monitoramento do contato pele a pele entre puérpera e RN de termo sem patologia em parto normal.

 

- 1º momento: Discussão coletiva das equipes da Maternidade, Neonatologia, Coordenação do Grupo de Trabalho de Humanização, Coordenação da Qualidade e  Diretoria de Enfermagem.

 

- 2º momento: Capacitação das equipes da Maternidade e Neonatologia quanto ao manejo do dispositivo contato pele a pele, bem como dos benefícios a serem alcançados. Também há discussão de evidências científicas e educação permanente com as equipes.

 

- 3º momento: Manejo da equipe nas 4 etapas definidas para o contato pele a pele de RN e  puérpera, ou seja, colocação de RN  sob o abdome da  mãe,  cobri-lo com coberta seca e aquecida, clampeamento do cordão após pulsação e manutenção da  temperatura da sala de parto entre 23 e 26 graus.

 

- 4º momento: Monitoramento e avaliação dos resultados.

 

- Histórico:

Dezembro/2014: Em Dezembro de 2014 todo o serviço materno infantil passou a concentrar-se  no 6º andar do hospital (sala para acolhimento com classificação de risco, alojamento conjunto, quartos  PPP, UTI Neonatal e UCINCO.

Junho à Out./2015: Escolha do Contato Pele a Pele como prioritário para intervir e elaboração do projeto.

Novembro/2015: Apresentação do projeto de intervenção na SES.

Dezembro/2015: Ampliação da execução das 4 etapas e discussão do registro para coleta de dados.

Julho/2016: Inserção do novo impresso de sala de parto para coleta dos dados.

Agosto/2016 até hoje: Monitoramento e aperfeiçoamento dos dados.

 

Resultados alcançados

Indicador para Avaliação:

- Nome do indicador: Proporção de contato pele a pele realizados

- Definição: % de puérperas com RN de termo sem patologia em parto vaginal com contato pele apele.

- Interpretação: Analisar o contato pele a pele realizado para qualificar o cuidado de puérpera e RN.

- Fonte de dados: Registro em prontuário.

- Método de Cálculo: Nº de contato pele a pele realizados sobre o total de RN nascidos de parto vaginal, termo, sem patologias.

- Periodicidade: Mensal.

 

Há fragilidades, vulnerabilidades ou problemas específicos da experiência?

- Ausência da Enfermeira Obstetra e Obstetriz na assistência ao parto;

- Os partos sem risco serem feitos exclusivamente por médicos, que poderia ser melhor utilizado para os partos de risco e intervenção cirúrgica;

- A presença da Enfermeira Obstetra ou Obstetriz aumentará a possibilidade em manter a puérpera e RN na primeira hora no pós-parto do CPN;

- Avaliar a aceitação e benefício do dispositivo do ponto de vista da puérpera de forma sistemática;

- Ambiência: temperatura ambiente inadequada, com proposta de melhoria;

- Necessidade de Educação permanente das equipes;

- Cultura institucional ligada ao parto realizado pelo médico.

 

Qual é o diferencial da experiência?  Por que é uma experiência inovadora?

- Hospital possui qualificação e condições para implementar o contato pele a pele, seja pelo fato de que possui a cultura de medir indicadores de saúde, seja pelo fato da relevância da linha materno infantil para a região;

- Possui equipe materno infantil que reavalia o processo de trabalho;

- Necessidade de ampliar a Interlocução entre as equipes envolvidas, para executar, avaliar e monitorar o contato pele a pele;

- Promove a necessidade de desenvolver outros dispositivos, como valorizar a presença do acompanhante no cuidado e aleitamento materno;

- Qualificação do cuidado na perspectiva de reconhecer o protagonismo de RN e Puérpera.

 

A experiência tem ou pode ter algum desdobramento?

A prática de colocar o RN sob o tórax ou abdome da mãe na primeira hora de vida, desde que o mesmo se encontre em boas condições, traz vários benefícios para mãe e RN, pois atua na regulação da temperatura corporal, visto que esses passam a apresentar temperatura mais elevada do que os bebês que ficam no berço. Para que ocorra esta prevenção do risco de hipotermia no RN, o binômio deve estar em contato pele a pele, em temperatura ambiente de 23 a 26ºC e cobertos com campos pré-aquecidos e com toca na cabeça. Além disso, o contato imediato melhora a estabilidade cardiorrespiratória do bebê, promove a amamentação com maior efetividade e fortalece o vínculo entre a mãe e o filho.

 

Contato

pscidamorais@hotmail.com; larissa.jardini@hed.spdm.org.br;

nathaliamelloesilva@yahoo.com.br; flavianoquiroz@ig.com.br

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