Vetores
Os vetores LTA são insetos pertencentes a ordem Díptera da família Psychodidae.
É comumente chamado de flebotomíneo e popularmente conhecido por
mosquito palha, birigui ou cangalhinha. É pequeno, coberto de pêlos e de
coloração clara (cor de palha ou castanho claro). Como características
os flebotomíneos são facilmente reconhecíveis pelo seu comportamento ao
voar em saltitos e pousar com as asas entreabertas e ligeiramente
levantadas, em vez de se cruzarem sobre o dorso. Vivem,
preferencialmente, ao nível do solo, próximos a vegetação em raízes e/ou
troncos de árvores, podendo ser encontrados em tocas de animais. Gostam
de lugares com pouca luz, úmidos, sem vento e que tenham alimento por
perto.
De um modo geral, para seu desenvolvimento, requerem temperaturas
entre 20 e 30ºC, umidade superior a 80% e para os estádios imaturos,
solo rico matéria orgânica, essencial para o desenvolvimento das larvas.
Ambos os sexos necessitam de carboidratos, que são extraídos da seiva
de plantas como fonte energética. As fêmeas precisam ingerir sangue para
o desenvolvimento dos ovos. Costumam então picar a partir do por do sol
até a madrugada.
Das 700 espécies de flebotomíneos conhecidas no mundo, 400
ocorrem no continente americano e no ESP são conhecidas 60 espécies,
embora nem todas possam ser incriminadas como vetoras das
leishmanioses.Entre as espécies que ocorrem no ESP, destacam-se: Lutzomyia intermedia, L. migonei; L. whitmani; L. pessoai e L. fischeri. Cabe ressaltar que embora ainda não tenha sido confirmada a infecção natural de L. fischeri,
esta espécie é considerada como vetor potencial devido a sua abundância
em áreas de transmissão, endofilia e antropfilia comprovada.
Recentemente outra espécie – L. edwardsi – ntra no elenco das espéies consideradas como potenciais, por ter sido identificada sua infecção natural por L. braziliensis (Camargo-Neves 2006).
Em levantamento realizado pela SUCEN, no período de 1986 a 1995, verificou-se que L. intermedia s.l. representou 80,1% dos exemplares coletados; L. whitmani 9,8%; L. fischeri 3,7%; L. migonei 2,9% e L. pessoai 1,1% (Camargo-Neves et al 1998 e Camargo-Neves 1999).
As espécies L. intermedia s.l. e L. migonei
vem sendo as espécies encontradas em todas as regiões do Estado; sendo
atribuída a primeira o papel principal na transmissão da LTA em ambiente
alterado pela ação antrópica, ressaltando-se sua acentuada adaptação a
ecótopos artificiais no ambiente domiciliar, e a segunda, assume
importância no ambiente extradomiciliar, tendo sido demonstrada alta
correlação da presença desta espécie às maiores médias dos coeficientes
padronizados de incidência no período de 1986 a 1995.