O Escorpião
O escorpião ou lacraus é um animal artrópode invertebrado (com patas formadas por vários segmentos) e o corpo formado pelo tronco (prosoma e mesosoma) e pela cauda (metasoma).
O corpo do escorpião é coberto por uma carapaça, sem divisões, e no cefalotórax se articulam 4 pares de pernas, um par de quelíceras e um par de pedipalpos.
A cauda é formada por cinco segmentos. No fim dela localiza-se o télson, composto de vesícula e ferrão (aguilhão). A vesícula contém duas glândulas de veneno,elas produzem o veneno que é inoculado pelo ferrão, como podemos observar na figura 1.
Figura 1- Morfologia externa do escorpião
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Superintendência de Controle de Endemias. Centro de Vigilância epidemiológica. Instituto Butantan. Manual de Diretrizes para as atividades de controle de escorpiões.
A principal fonte de alimento dos escorpiões são os insetos e pequenos animais ou filhotes (aranhas, grilos, passáros, roedores), sendo a barata seu alimento principal no meio urbano. O escorpião é canibal e pode se alimentar de outros escorpiões.
Fonte: Treinamento MS 2014 para o Estado de São Paulo- SUCEN
Os predadores naturais do escorpião são: lacraias, sapos, gaviões, corujas, aranhas, macacos, lagartos, galinhas e camundongos, entre outros.
A galinha d’angola é um predador natural do escorpião, mas há de se considerar que a criação com a finalidade de controle deste animal precisa de muita cautela, já que os escorpiões tem hábitos noturnos e as galinhas diurnos.
Tipos de escorpiões comuns e importante para a sáude pública de Sâo Paulo
No Estado de São Paulo as espécies mais comuns de escorpiões são: Tityus serrulatus e Tityus bahiensis, além de outros menos comuns como : Tityus stigmurus e Tityus obscurus. Essas são espécies muito comuns no nordeste e norte do país e que começou a ter alguns registros em São Paulo.
A mais comumente encontrada é o Tityus serrulatus que possuem as seguintes características:
Tityus serrulatus |
Conhecido como escorpião amarelo, é a principal espécie que causa acidentes graves com registro de óbitos, principalmente em crianças. Principais características: possui as pernas e cauda amarelo-clara, e o tronco escuro. A denominação da espécie é devida à presença de uma serrilha nos 3º e 4º anéis da cauda. Mede até 7cm de comprimento. Sua reprodução é partenogenética[1], na qual cada mãe tem aproximadamente dois partos com, em média, 20 filhotes cada, por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida. |
Fonte: Manual de controle de escorpiões
Tityus stigmurus |
Principais caracteristicas: o escorpião amarelo do Nordeste, assemelha-se ao T. serrulatus nos hábitos e na coloração, porém apresenta uma faixa escura longitudinal na parte dorsal do seu mesossoma, seguido de uma mancha triangular no prossoma. Também possui serrilha, porém, menos acentuada, nos 3o e 4º anéis da cauda. Nos ultimos anos também tem sido encontrado em algumas regiões do Estado de São Paulo. |
Fonte: Manual de controle de escorpiões
Tityus bahiensis |
Conhecido por escorpião marrom ou preto. Principais características: tem o tronco escuro, pernas e palpos com manchas escuras e cauda marrom-avermelhado. Não possui serrilha na cauda, e o adulto mede cerca de 7 cm. O macho é diferenciado por possuir pedipalpos volumosos com um vão arredondado entre os dedos utilizado para conter a fêmea durante a “dança nupcial” que culmina com a liberação de espermatóforo no solo e a fecundação da fêmea. Cada fêmea tem aproximadamente dois partos com 20 filhotes em média cada,por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida. |
Fonte: Manual de controle de escorpiões
Tityus obscurus |
O escorpião obscurus era o antigo T paraensis Principais características: quando adultos, possuem coloração negra, podendo chegar a 9 cm de comprimento, porém quando jovens, sua coloração é bem diferente, com o corpo e apêndices castanhos e totalmente manchados de escuro, podendo ser confundido com outras espécies da Região Amazônica.
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Fonte: Manual de controle de escorpiões
Habitat dos escorpiões
A origem destes animais remonta a mais de 400 milhões de anos. Para sobreviver por milênios, os escorpiões se adaptaram aos mais variados tipos de habitat, dos desertos às florestas tropicais e do nível do mar a altitudes de até 4.400 metros. Entretanto, a maioria das espécies tem preferência por clima tropical e subtropical.
Observaremos nas figuras a seguir, o habitat desse animal na natureza e no meio urbano. O escorpião está muito adaptado ao meio urbano e se aproximou dos domicílios e peridomicilios, elevando assim o risco do escorpionismo. Conhecendo o animal no meio (natureza e urbano), pode facilitar sua captura com segurança.
Clique aqui e obtenha as orientação de captura segura evitando o acidente.
Figura 2 – Exemplos de locais do habitat natural do escorpiões: desertos, savanas, floresta úmida, temperadas, sob pedras, troncos de árvores, cupinzeiros.
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Fonte: Treinamento MS 2014 para o Estado de São Paulo- SUCEN
Fonte: Treinamento MS 2014 para o Estado de São Paulo- SUCEN
No ambiente urbano os escorpiões procuram se esconder em locais que mimetizam a condição da natureza como: vãos, frestas, buracos, entulhos entre outros.
Figura 3 – Exemplos de locais do habitat em meio urbano dos escorpiões: subsolo de edificações, imóveis inacabados, galerias de esgotos domiciliar, materiais de construção, vasos de plantas.
Fonte: Treinamento MS 2014 para o Estado de São Paulo- SUCEN
Figura 4 – Exemplos de locais do habitat dos escorpiões em meio urbano, em áreas vulneráveis: cemitérios e terrenos baldios
Fonte: Treinamento MS 2014 para o Estado de São Paulo- SUCEN
Figura 5 – Exemplos de locais do habitat dos escorpiões em meio urbano, áreas vulneráveis: praças e áreas externas de domicílio mal conservadas, galerias de esgoto e bocas de lobo.
Fonte: Treinamento MS 2014 para o Estado de São Paulo- SUCEN
Figura 6 – Exemplos de locais do habitat dos escorpiões em meio urbano, área do domicílio: próximos à ralos, vigas, sótãos, forros, atrás de móveis/telas.
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Figura 7 – Exemplos de locais do habitat dos escorpiões em meio urbano, área do domicílio: caixas de energia e esgoto, toalhas, roupas em varal, chinelos e roupas de cama.
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Manejo e controle
As medidas de controle e manejo de escorpiões no meio urbano baseia-se na retirada e modificação das condições do ambiente a fim de torná-lo desfavorável à sua permanência e proliferação. Por exemplo: vedação de uma frestas em parede na residência, retirada de entulhos de construção entre outros.
Clique aqui e obtenha as orientações de prevenção em domicílio e peridomicílio e cemitérios.
Em caso de acidente
Após a picada de um escorpião o veneno provoca uma estimulação de terminações nervosas sensitivas o que determina o aparecimento de: dor intensa, edema e eritema discreto (vermelhidão), sudorese (aumento de suor) localizada em torno do ponto de picada e piloereção (arrepio) na região. Eventualmente podem ocorrer, mioclonias e fasciculações (contrações musculares incontroláveis) produção excessiva de saliva (começa a babar), e respiração ofegância eaumentada.Clique no endereço a seguir para orientações do Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac” http://www.saude.sp.gov.br/coordenadoria-de-controle-de-doencas/homepage/noticias/o-centro-de-vigilancia-epidemiologica-cve-alerta-para-as-condutas-no-caso-de-acidente-por-escorpioes
Caso ocorra um acidente com picada de escorpião lave a região com água e sabão e procure a unidade de saúde mais próxima para ser feita uma avaliação médica do acidentado e para que seja oferecido um tratamento de acordo com o protocolo de atenção ao acidentado por escorpião. Nem todos os acidentados necessitarão de soro antiescorpiônico, isso vai depender dos sinais e sintomas do paciente.
Em São Paulo o Hospital Vital Brazil situado no Instituto Butantan (Av. Vital Brasil, 1500 – Butantã - Endereço eletrônico do hospital Vital Brazil: http://www.butantan.gov.br/saude/hospital/Paginas/default.aspx) presta atendimento durante 24 horas para acidentados por escorpiões ou faz as orientações por telefone 11) 3723-6969, (11) 2627-9529,(11) 2627-9530, principalmente para equipe médica com dúvidas no protocolo.
[1] Partenogenética: quando as femêas procriam sem necessitar que o macho a fecunde.